42 dias de Escuridão: conheça a história real que inspirou a nova série chilena da Netflix
"42 Dias de Escuridão" é a primeira série chilena original da Netflix, e nesse texto você conhece a história real que a inspirou.
Séries baseadas em história real sempre fazem muito sucesso na Netflix e a mais nova desse tipo a chegar no streaming é 42 Dias de Escuridão, primeira produção chilena original da plataforma.
Lançada na última quarta-feira (11) na Netflix, a série de seis episódios é dirigida por Gaspar Antillo e Claudia Huiaquimilla, e também traz como protagonista uma das maiores estrelas do cinema, TV e teatro do Chile: a atriz Claudia Di Girólamo.
Construída como um suspense policial cheio de mistério, a série é inspirada em um caso trágico considerado um dos mais marcantes do Chile e que ainda hoje levanta dúvidas em quem acompanhou a história pela mídia na época.
Conheça a seguir a história real que inspirou 42 Dias de Escuridão da Neflix, mas lembre-se que com isso você ficará sabendo de alguns spoilers da série.
Sobre 42 Dias de Escuridão
Nesse suspense tenso, uma mulher desaparece de sua casa no meio do dia sem deixar pistas e tudo indica que ela foi vítima de um sequestro.
A partir de então, uma investigação é iniciada para encontrá-la, no entanto, as autoridades não parecem estar assim tão focadas no caso, mesmo com a mídia apertando o cerco para obter respostas.
Consciente de que talvez o paradeiro de sua irmã nunca seja descoberto caso a polícia continue cometendo erros, Cecilia, a irmã da desaparecida, decide tomar as rédeas da investigação e descobrir o que aconteceu realmente.
A história real por trás de 42 Dias de Escuridão
Apesar de a trama de 42 Dias de Escuridão ter parte de sua narrativa estritamente ficcional, como o fato de a irmã da vítima ter se envolvido tanto na investigação e alguns dos personagens da série não terem existido na vida real, a parte central da história que trata do caso criminal é verídica.
O desaparecimento de Viviana Haeger
Enquanto na série conhecemos o caso de desaparecimento de Verónica Montes, na vida real foi Viviana Haeger quem mobilizou as extensas investigações.
Em julho de 2010, Viviana Haeger, ex-contadora, mãe de duas filhas e dona de casa, desapareceu de sua propriedade localizada na Região dos Lagos, no Chile. Quem percebeu que havia algo de errado foi a filha mais velha de Viviana, que voltou para casa sozinha da escola após sua mãe não aparecer para buscá-la no horário.
Ao chegar em casa e dar com a porta dos fundos arrombada, a casa revirada e a ausência da mãe, a adolescente entrou em contato com o pai, que em seguida acionou as autoridades.
Em depoimento, o marido da vítima, Jaime Anguita, revelou que mais cedo naquele dia havia recebido uma ligação de alguém dizendo que sua esposa tinha sido supostamente sequestrada, no entanto, achando que era um tipo de fraude, ele ignorou a ligação.
O caso chegou ao conhecimento da mídia em pouco tempo e o assédio à família de Viviana era constante. Mas apesar da pressão, os investigadores não conseguiam esclarecer o que havia acontecido com a mulher. Mais tarde, no livro sobre o caso escrito pelo jornalista Rodrigo Fluxá, foi constatado que houveram diversos erros e descaso por parte das autoridades.
A descoberta trágica
Foi apenas 42 dias após o acontecimento, em agosto de 2010, que uma grande reviravolta aconteceu: Anguita avisou as autoridades que havia encontrado o corpo de sua esposa no sótão de sua casa, já em estado de decomposição.
Inicialmente a polícia acreditou se tratar de um caso de suicídio já que foi constatado que havia veneno herbicida no organismo da vítima. Dessa forma, o caso foi encerrado em dezembro daquele mesmo ano.
Mesmo com o relatório legista da polícia, a irmã e a mãe de Viviana acreditavam que Anguita era o verdadeiro responsável por sua morte, e por isso entraram com uma ação para que ele fosse investigado.
Reabertura do caso
Em 2012, finalmente as familiares de Viviana conseguiram uma liminar para que o corpo fosse exumado e uma nova autópsia fosse realizada.
Os exames apresentarem conclusão similar ao anterior, mas marcas nos pulsos da vítima que não haviam sido considerados antes foram o suficiente para que o caso fosse reaberto e Anguita passasse a ser investigado.
Apesar desse novo indício de que Viviana poderia ter sido assassinada e não cometido suicídio, nenhuma outra evidência foi encontrada, e foi apenas em 2015 que a maior reviravolta do caso aconteceria.
A resolução do caso Viviana Haeger
Foi em dezembro de 2015 que José Perez Mancilla, ex-funcionário de Anguita, confessou que foi o autor da morte de Viviana e que cometeu o crime após ser pago pelo ex-patrão que desejava a morte da esposa.
Com essa revelação, tanto Mancilla quanto Anguita foram presos preventivamente, e novas investigações encontraram uma câmera que havia pertencido a Haeger em posse de Mancilla, confirmando seu relato.
Os dois homens foram julgados em 2017, no entanto, Jaime Anguita acabou sendo absolvido de todas as acusações devido a falta de provas que o ligassem como mandante do crime. Mancilla foi condenado a 10 anos de prisão.
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