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5 fatos completamente ignorados pela Netflix na história de Griselda

Conheça cinco fatos sobre a vida da famosa traficante Griselda Blanco que a série da Netflix ignorou ou amenizou.


Filmes e séries tem o poder de eternizar e recontar histórias, mas nem sempre essas narrativas são completas ou refletem a complexidade dos personagens retratados.

Na recente série da Netflix sobre Griselda Blanco, conhecida como a “Madrinha da cocaína”, vemos um exemplo dessa seleção narrativa que pode deixar muito do verdadeiro enredo de vida fora dos holofotes.

A produção dramatiza a ascensão e queda de uma das figuras mais temidas do narcotráfico, mas, ao fazer isso, pontos cruciais de sua existência são obscurecidos, alterando a percepção do público sobre quem ela verdadeiramente foi.

A infância de Griselda ficou de fora da série

Griselda Blanco não se tornou uma lenda do crime da noite para o dia. Seu passado em Medellín, Colômbia, onde nasceu e cresceu, foi apenas superficialmente tocado pela série.

A infância de Blanco é uma tapeçaria entrelaçada com dificuldades e controvérsias que a produção parece ter posto de lado.

Enquanto a Netflix menciona rapidamente suas atividades como prostituta, ignora-se a profundidade e a influência que sua juventude pode ter tido em sua futura carreira criminosa.

Mais impactante ainda é a controvérsia em torno de ela ter sequestrado e assassinado um menino aos 11 anos, um fato que ela repudiou, mas que muitos especulam ser um prenúncio de sua disposição para a violência.

O primeiro marido de Griselda

Ao mergulharmos no mundo do tráfico de Griselda, o espectador pode não perceber que antes de se tornar um nome de respeito no crime, ela teve um parceiro igualmente envolvido no submundo.

Carlos Trujillo, seu primeiro marido e pai de três de seus filhos, Dixon, Uber e Osvaldo, é uma figura apagada da narrativa da Netflix.

Trujillo não passou despercebido na vida real de Griselda; ele foi uma presença substancial ao ponto de influenciar a introdução dela aos negócios ilícitos.

A ausência dessa ligação omite um capítulo significativo que contribuiu para moldar a carreira criminosa e as escolhas de Blanco no futuro.

Sofia Vergara como Griselda Blanco na série Griselda (Divulgação / Netflix)
Sofia Vergara como Griselda Blanco na série Griselda (Divulgação / Netflix)

Griselda foi traficante de maconha

Antes do influxo da cocaína nos Estados Unidos, Griselda já estava experimentando o comércio de narcóticos. Com o segundo marido, Alberto Bravo, ela iniciou traficando maconha no Queens, em Nova York.

No entanto, este fato é apenas ligeiramente referido na série, sem dar a dimensão do quão formador foi esse período para a futura ‘Rainha da Coca’. Foi desta época que partiu a engenhosidade de esconder drogas em roupas íntimas para facilitar o contrabando.

Tão significativa foi essa fase que, temendo a reclusão, o casal se viu obrigado a retornar para Colômbia, onde Griselda continuaria a construir seu império criminoso na cocaína.

A conexão de Griselda e Pablo Escobar

Em Miami, o nome Griselda Blanco costumava ser sussurrado com a mesma frequência que o de Pablo Escobar. Mas na série da Netflix, a relação entre essas duas figuras infames é negligenciada.

Apesar de ambos compartilharem origens semelhantes e épocas de atuação, pouco é explorado sobre o quão entrelaçados estavam seus caminhos.

Ao ignorar essa conexão, a série descarta uma parte vital da história, que poderia oferecer mais nuances à compreensão do poder e influência que Griselda detinha.

Rumores e insinuações de um possível envolvimento romântico entre eles apenas alimentam as lacunas deixadas pela produção.

Griselda supostamente não sentia remorso por morte de criança

A representação cinematográfica tem o poder de humanizar ou vilanizar personagens, mas, na vida real, as ações de Griselda Blanco falaram mais alto que qualquer dramatização.

A Netflix talvez tenha amenizado a imagem de Blanco ao evitar retratar a alegada falta de remorso pelas violências que ordenou – um aspecto crucial para entender a crueldade da ‘Viúva Negra’ do tráfico.

Em destaque fica o episódio brutal da morte do menino de dois anos, Johnny Castro, um inocente pego em uma tentativa de assassinato contra seu ex-guarda-costas que Blanco aparentemente considerou como uma vingança bem-sucedida, revelando uma frieza que contribui para o manto sombrio de sua lenda.

Formado em Administração e Psicologia, e também fez curso de desenho. Fã de games, desenhos animados, séries e filmes.