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Venom: Tempo de Carnificina | Crítica: filme acerta ao não tentar ir muito longe

Com pouca duração, o maior acerto de "Venom: Tempo de Carnificina" é não arriscar muito em seu roteiro; confira nossa crítica completa!


Venom: Tempo de Carnificina

Um dos grandes lançamentos da Sony Pictures acabou de chegar nos cinemas! O longa Venom: Tempo de Carnificina” teve sua estreia adiada por diversas vezes em função da pandemia de coronavírus, e isso fez com que as expectativas dos fãs para o longa aumentassem cada vez mais. Agora, que o mesmo  já está disponível nas redes que operam pelo país, já dá para os fãs do anti-herói acompanharem os próximos passos do personagem dos quadrinhos.

Coproduzido pela Marvel Studioso filme dirigido por Andy Serkis (Mogli: Entre Dois Mundos; Uma Razão para Viver) traz de volta às telonas a dupla Eddie Brock Venom, que após tantos conflitos no primeiro e segundo arcos do filme introdutório, finalmente conseguiram encontrar um espaço de coexistência – quase sempre – pacífica. Agora, ambos devem lutar contra o vilão Carnificina, interpretado por Woody Harrelson (Jogos Vorazes; Truque de Mestre) no longa.

Em termos gerais, o grande trunfo de Venom: Tempo de Carnificina” está em sua proposta de enredo. O longa consegue ultrapassar as fronteiras de gêneros específicos e misturar elementos de comédia e ação em uma fórmula mais descontraída e fluída. A naturalidade de Tom Hardy no papel principal certamente colabora bastante para isso.

Ao encontrar um espaço confortável para não retratar de forma substancial seus personagens principais, o filme consegue eliminar uma grande parte daquilo que seria seu primeiro ato – sintetizado em poucos minutos por aqui. O que se tem é o desenvolvimento da nova relação entre Venom e seu hospedeiro e uma construção extremamente rápida do vilão do filme – que apesar de não ter uma origem complexa, consegue ser assustador pela própria aparência e habilidades.

Venom: Tempo de Carnificina
Relação entre Eddie e Venom ganha destaque na primeira parte do filme (Imagem: Divulgação/Sony)

A relação entre Brock Venom também é aprofundada nos poucos minutos de filme. À medida que os dois desenvolvem uma espécie de bromance, o enredo conduz os espectadores entre os três atos de forma simples e direta, com diversos alívios cômicos distribuídos despretensiosamente.

O terceiro ato – que teria tudo para ser um conflito intermediário em qualquer outro filme da Marvel – também acontece rapidamente, e apesar de ser instigante e despertar curiosidade nos expectadores, acaba deixando uma sensação de “quero mais” em relação a suas resoluções. Explorando uma fórmula utilizada na conclusão do primeiro filme, o enredo encerra a trajetória dos seus vilões na mesma velocidade que as cria, e o temido e poderoso Carnificina perde um pouco de sua periculosidade nesse contexto.

Aqui, vale ressaltar também o trabalho da equipe de fotografia do filme. As cenas que se passam na prisão de Frances Barrison e na catedral do terceiro ato conseguem entregar imagens muito bem trabalhadas, que apostam no contraste entre luz e sombra – esverdeada por aqui – para deixar os acontecimentos ainda mais emocionantes. A trilha sonora de Marco Beltrami também é um ponto positivo do título, dando o devido destaque à progressão do roteiro.

Fotografia de Robert Richardson é um dos pontos altos do filme (Imagem: Divulgação/Sony)

Entre as atuações, destacam-se as de Tom Hardyque consegue misturar ação e comédia como ninguém, e a de Michelle Williamsque entrega uma Anne Weying mais interativa e interessante aos olhos dos espectadores. Woody Harrison (Carnificina) também faz um trabalho primordial, mas com um personagem propositalmente pouco explorado, seu potencial como ator – já conhecido através de outros grandes filmes – foi deixado um pouco de lado.

Venom: Tempo de Carnificina“, por fim, é um filme que vale à pena ser assistido sem grandes pretensões. Capaz de entreter, o longa encontra seu lugar quando decide por não ir muito longe e explorar os gêneros a que se pretende. E se, mesmo assim, o filme não agradar os críticos mais perfeccionistas do mundo do cinema, a cena pós-créditos abre as portas para um futuro mais promissor.

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Assista ao trailer de “Venom: Tempo de Carnificina”:

Arquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.