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Vale ou não a pena assistir ‘Filhos do Ódio’ na Netflix? Confira nossa opinião!

"Filhos do Ódio" chegou ao catálogo da Netflix recentemente e nesse artigo você confere se vale a pena assistir a esse longa.


Chegou recentemente à Netflix o filme “Filhos do Ódio” que apesar de ter na direção Barry Alexander Brown, chama mais a atenção por seu produtor executivo, o icônico diretor, Spike Lee.

Brown Lee são companheiros de longa data, tendo ambos recebido indicações ao Óscar de 2019 pelo filme “Infiltrados na Klan”, no qual Lee ganhou na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

“Filhos do Ódio” também traz como pauta principal as questões raciais nos Estados Unidos, dessa vez na década de 1960. Apesar disso, é bom saber desde aqui que, se você assistiu “Infiltrados na Klan” ou “Malcon X” ambos de direção de Spike, “Filhos do Ódio” é bastante diferente, deixando claro que quem dirigiu foi Alexander Brown.

No top 10 da Netflix já há alguns dias, a seguir você confere se realmente vale a pena dar uma chance para “Filhos do Ódio” na Netflix.

Sobre Filhos do Ódio

“Filhos do Ódio” tem em seu elenco vários rostos conhecidos como o do ator Lucas Till Lucy Hale, e como você já pode perceber, traz um forte protagonismo branco, mesmo se tratando de um filme sobre pautas raciais.

Bob Zellner (Lucas Till) é neto de um dos antigos líderes da seita racista Ku Klux Klan, e desde pequeno foi incentivado pelo avô e por parte de sua família a manter o legado vergonhoso de ódio contra os não-brancos estadunidenses.

No entanto, Zelnner decide quebra o ciclo que sempre o incomodou e parte para um lado completamente diferente, se tornando um aliado nas lutas pelos direitos dos negros durante a década de 1960.

A partir desse desafio que ele faz à própria família, serão muitas as dificuldade que o jovem precisará enfrentar para defender o que acredita e permanecer firme e forte ao lado de revolucionários lendários da mesma causa como o líder John Lewis e a militante Rosa Parks.

Um filme contido

filhos do ódio - vale a pena? Netflix

Como adiantamos lá em cima, apesar de contar com Spike Lee na produção, pode-se dizer que “Filhos do Ódio” acaba não seguindo exatamente a premissa característica do diretor, evidenciando que não é uma de suas obras.

Entre as maiores diferenças está o fato de que, apesar de todo o peso que é falar sobre racismo e da luta antirracista, parece que Filhos do Ódio evita os “socos no estômago” característicos dos filmes de Lee. 

Mesmo nos embates entre militantes e racistas, parece sempre que o diretor preferiu se conter a mostrar a realidade, deixando essas cenas em um nível um pouco superficial.

Isso acaba tornando essa obra mais leve, de alguma forma, com medo de ultrapassar uma linha invisível do que seria ou não aceitável por um público de massa.

O polêmico rótulo de “herói”

Pois bem, talvez o principal viés de embate entre uma parte do público que verá o filme é o possível incômodo que é colocar um homem branco como um tipo de “herói” da causa negra.

É fato que Bob Zellner realmente assumiu um importante papel na história antirracista estadunidense. No entanto, em alguns momentos é como se o filme forçasse a barra pregando que, como o personagem teve a coragem de desafiar a família e o modo como foi criado, merece ser considerado um herói por isso.

Claro que, considerando o período histórico, uma atitude como a dele era rara, e naquele período foi muito impactante.

No entanto, pode ser um pouco polêmico tentar pintar sua imagem como um tipo de “salvador” de uma causa tão ampla como a do racismo e não apenas como mais um importante militante das causas de direitos humanos.

Importância do engajamento de pessoas de fora da causa

Apesar das possíveis polêmicas, um grande mérito de“Filhos do ódio” é deixar claro como é importante que pessoas de fora de uma causa, se envolvam e lutem para que todos tenham os mesmos direitos.

De uma percepção pessoal, não é interessante colocar a imagem de Zellner como um tipo de herói, no entanto, é inegável como seu ato acabou carregando a pauta antirracista para grupos de fora da causa. Ou seja, acabou consequentemente atingindo grupos de pessoas brancas, que assim como ele, passaram a defender a causa de seus semelhantes.

Nesse ponto o filme faz um papel quase que didático, ensinando que é impossível viver de forma harmônica em uma sociedade onde as pessoas são tratadas diferente uma das outras.

Vale a pena assistir “Filhos do Ódio” na Netflix?

Por fim o veredicto: vale ou não a pena assisti a “Filhos do Ódio” na Netflix?

Apesar de seu tom paternalista e que constantemente parece estar “pedindo desculpas” pelo racismo dos brancos, no geral pode-se dizer que sim, vale a pena assistir a “Filhos do ódio”.

O filme conta uma história relevante, e que consegue emocionar em muitos pontos. Além disso, ainda que de um viés mais contido e de um ponto de vista diferente, é uma boa obra para conhecer mais sobre a luta dos negros por direitos civis nos Estados Unidos.

É um filme bem mais simplista do que “Selma”, por exemplo, que acaba ampliando muito mais as questões de direito ao voto dos negros, no entanto, é uma boa obra para quem deseja começar a entender mais sobre essa história.

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E então, curioso para assistir “Filhos do Ódio” na NetflixQuando terminar, não deixe de voltar aqui para nos contar qual a sua opinião.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.