Conheça a história real que inspirou o filme ‘Yara’
O suspense policial italiano "Yara" chegou na última sexta-feira à Netflix e nesse artigo você conhece a história real na qual o longa é baseado.
Nesse sexta-feira (4), o filme Yara, baseado na real e trágica história de um crime que chocou a Itália em 2010, estreou na Netflix, .
Inspirado no caso Yara Gambirasio, o longa-metragem é dirigido por Marco Tulio Giordana com roteiro de Graziano Diana, que decidiram focar o enredo do filme muito mais nas investigações do caso e na promotora Letizia Ruggeri do que nos detalhes sobre Yara e sua família.
Se você já assistiu ao filme, com certeza ficou se perguntando se tudo o que foi ali representado realmente aconteceu. Considerando que obras para o cinema precisam de certa romantização, ainda assim cabe dizer que sim, muito do filme é realmente fiel aos acontecimentos reais.
Apesar disso, veja a seguir como foi a real e triste história na qual os produtores se basearam para criar o filme Yara.
A história real do caso Yara Gambirasio
Yara Gambirasio tinha somente 13 anos quando desapareceu no dia 26 de novembro, em Brembate di Sopra, na Itália.
Ginasta, a garota fazia uma caminhada de volta para casa logo após o treino no ginásio local da cidade, e foi nesse percurso que ela acabou desaparecendo, preocupando a mãe que tentava entrar em contato, mas só tinha resposta que o celular da menina estava desligado.
Após algum tempo, os pais acionaram a polícia local que abriu um alerta para sequestro e iniciou as buscas por Yara.
Segundo dados colhidos do rastreio de seu celular, sua última localização se deu em uma aldeia próxima ao ginásio, mas no sentido contrário de sua casa.
As investigações levaram um mês para conseguir um primeiro suspeito. Por intermédio de grampos colocados em várias linhas telefônicas de familiares, amigos e desconhecidos que passaram pela última localização da menina, a polícia acabou interceptando uma ligação suspeita (ou assim pensaram).
Mohammed Fikri, um marroquino de 22 anos, acabou tendo uma de suas conversas em ligação traduzida errada, de forma que os investigadores entenderam que ele parecia estar envolvido no caso de sequestro.
Ele chegou a ser detido, porém, após investigado e esclarecido o erro, foi liberado como inocente.
Corpo encontrado
Em 26 de fevereiro de 2011, exatos 3 meses após o desaparecimento, o corpo de Yara foi encontrado por acaso por um aeromodelista, em um terreno baldio, há 10 Km de onde ela desapareceu.
Com a autópsia se constatou que ela havia sofrido um grave ferimento na cabeça, além de várias outras perfurações por todo o corpo. Apesar dos ferimentos, os legistas acreditam que sua morte se deu no local devido ao frio e que ela fora abandonada ali ainda com vida.
O encontro do corpo também deu a primeira pista genética do criminoso à polícia. Nas roupas de Yara foram encontradas evidências de DNA masculino e também micropartículas frequentemente encontradas em canteiros de obra.
Com essas pistas, iniciou-se a maior catalogação genética já vista na Europa, já que a promotora do caso decidiu coletar amostras de DNA de todos os conhecidos de Yara. Depois, a coleta foi ampliada para boa parte da cidade onde a menina morava e onde o corpo foi encontrado.
O trabalho foi lento e durou anos, no entanto, finalmente em 2014 respostas foram encontradas.
Prisão do assassino
Após descobrir que o DNA encontrado nas roupas da menina era geneticamente compatível com o de um homem que morrera 11 anos antes do desaparecimento, os investigadores decidiram comparar o material com o DNA dos filhos do homem.
Mais tarde foi descoberto que o culpado era um filho que o falecido havia tido fora do casamento. Massimo Bossetti, na época com 42 anos, era pedreiro, casado e com três filhos.
Ele foi preso em junho de 2014 e, apesar de se declarar inocente, todas as evidências mostravam que ele era realmente o culpado.
Em 2016 ele foi julgado e condenado a prisão perpétua pelo assassinato de Yara Gambirasio.
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