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A Voz do Empoderamento: conheça a história real que inspirou o novo filme indiano da Netflix

"A Voz do Empoderamento" é um filme indiano da Netflix baseado em uma poderosa história real. Conheça a protagonista que o inspirou.


A Voz do Empoderamento é um filme indiano que vem fazendo muito sucesso na Netflix nas últimas semanas, e uma das coisas mais fascinantes sobre ele é que a trama é inspirada em uma história real.

Dirigido por Sanjay Leela Bhansali, o longa conta a emocionante e poderosa história da mulher que seria conhecida como Gangubai Kathiawadi (Alia Bhatt), jovem vendida e prostituída contra a vontade, que acaba abraçando os percalços do seu destino e jogando com o que tem para conseguir uma vida melhor para si e para aqueles ao seu redor.

Inspirador, o filme figura entre os mais assistidos da Netflix desde sua estreia, e a seguir você conhece a história real no qual o longa foi inspirado.

Quem foi Gangubai Kathiawadi?

Retrato da verdadeira Gangubai Kothewali.

O filme A Voz do Empoderamento é baseado na passagem sobre a história real de Gangubai Kothewali do livro Mafia Queens of Mumbai, do escritor Hassain Zaidi.

O livro traz a história de 13 mulheres que de uma forma, ou outra foram muito influentes na região de Mumbai, na Índia.

Gangubai foi inserida no submundo de Mumbai não por vontade própria, e sim por ter sido enganada pelo próprio marido poucos dias após seu casamento.

Aos 16 anos a jovem, então conhecida como Ganga, era membro de uma boa e educada família da região de Kathiawar na Índia. Seu sonho em se tornar uma atriz de Bollywood, no entanto, não era visto com bons olhos por seus pais, e quando um homem apareceu lhe oferecendo uma carreira, ela se apaixonou e fugiu para Mumbai para casar com ele.

Poucos dias após o casamento, Ganga foi traída e vendido pelo marido para um bordel.

Iniciando sua vida como prostituta, a jovem acabou aceitando sua nova realidade e em algum tempo se tornou um dos “destaques” da casa onde trabalhava. O sucesso financeiro, no entanto, fez com que ela fosse abusada por um criminoso conhecido como Shaukat Khan.

Shaukat Khan era um capanga do poderoso mafioso Karim Lala, e após o ocorrido, Ganga decidiu ir diretamente até o chefe do homem reclamar e pedir por justiça. Lala ouviu seu relato, e após concordar com seu pedido isso acabou criando um laço entre os dois. Ele fez de Ganga um novo membro de sua organização e ambos se adotaram como irmãos.

A ligação com Lala fez de Ganga uma figura respeitável e temida em Mumbai, e em pouco tempo ela ganhou a chefia das casas de prostituição adotando o nome de Gangubai (Senhora Ganga).

Ativista dos direitos das profissionais do sexo

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A posição de Senhora do Bordel não fez com que Gangubai esquecesse de todos os horrores que passou quando foi vendida, e por isso, ela jamais aceitou explorar mulheres e meninas ou as prostituir contra a vontade.

Ao contrário de tudo isso, Gangubai decidiu usar sua influência para lutar por vidas mais dignas para as profissionais do sexo e para as crianças órfãs que viviam na região que ela chefiava, inclusive politicamente.

Ela foi a responsável pela aceitação de crianças órfãs e filhas de prostitutas terem direito a educação em Mumbai, e lutou com todas as forças para que as profissionais do sexo fossem vistas com mais respeito.

Quando uma moção política queria remover os bordéis de Mumbai afim de tornar a cidade “moralmente correta”, ela lutou contra, já que para muitas mulheres a profissão era realmente o único meio de sustento próprio e de suas famílias.

Com isso, Gangubai chegou a se encontrar com o primeiro-ministro do país na época para apresentar suas propostas de proteção às áreas dos bordéis na cidade de Mumbai e as pessoas que ali viviam. A proposta foi aceita, e a moção retirada.

A figura de Gangubai Kothewali, falecida em 2008, é celebrada em Mumbai, especialmente na região dos bordéis que sobrevive até hoje. Estátuas em sua homenagem foram erguidas próxima a sua casa em Kamathipura e pessoas que até hoje operam em trabalhos marginalizados na área a reconhecem como uma espécie de “mãe”.

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Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.