Conheça a história que inspirou “A Última Casa”, terror chocante da Netflix

Apesar da maioria das produções de sucesso da Netflix se apresentarem como títulos originais, tem se tornado cada vez mais comum que produções licenciadas se destaque no streaming. É o que ocorre com “A Última Casa“, terror lançado em 2009.

O filme, que traz uma história controversa e instigante, divide opiniões entre os assinantes da plataforma e continua gerando repercussões nas redes – o que o coloca em alta entre os assuntos mais comentados.

O interesse crescente sobre “A Última Casa“, inclusive, faz com que cresça o interesse sobre a história que inspirou o filme de sucesso. Confira, nos tópicos a seguir, tudo o que se sabe a esse respeito:

“A Última Casa” é um remake

Quem acompanha o mundo do entretenimento atualmente sabe que, há alguns anos, uma das principais estratégias dos estúdios cinematográficos tem sido produzir remakes de filmes que marcam época. Nesse sentido, o longa “A Última Casa”, de 2009, se apresenta como uma reimaginação do filme “Aniversário Macabro”, de 1972. Apesar da divergência de nomes no Brasil, ambos os longas compartilham o mesmo título internacional: “The Last House on the Left”.

Aqui, contudo, vale destacar que diversas mudanças criativas foram tomadas no processo de adaptação. Banido em diversos países, o filme de 1972 foi capaz de consagrar Wes Craven no gênero do terror ao apresentar um filme chocante e sem escrúpulos. Já a versão de 2009 busca explicar melhor alguns dos elementos que fazem parte do roteiro para que o filme se apresente, de forma geral, como uma obra menos polêmica e controversa.

Baseado em história real?

Um dos elementos que foram mantidos nas duas versões do longa, contudo, diz respeito ao aviso emitido logo no início dos títulos: o de que a história é baseada em acontecimentos reais. Nas duas versões da história, os estúdios produtores alegaram que as verdadeiras identidades das vítimas foram mantidas em segredo para que elas possam ter suas imagens protegidas.

Com o passar do tempo, contudo, uma série de teóricos do gênero de terror e diversos estudos sobre os filmes verificaram que sua história não é, na realidade, baseada em fatos reais. Um trabalho publicado pelo estudioso russo Michael Brashinsky salienta que o enredo é “muito implausível e artificial para parecer real”,  e que ambos os filmes, na verdade, são inspirados na história de outro longa de renome: o clássico sueco “A Fonte da Donzela”, lançado em 1960.

Conheça a história de “A Fonte da Donzela”, que inspirou o enredo de “A Última Casa”

Apesar de muitos atores salientarem que “A Última Casa” foi meramente inspirado em “A Fonte da Donzela“, muitos estudiosos do terror afirmam que o filme – em suas duas versões – é quase um remake do longa dos anos 60, já que são inúmeras as semelhanças em seus roteiros. São diversos os pontos em que as narrativas das duas obras se encontram, e muitos se recusam a acreditar nisso como coincidência.

“A Fonte da Donzela” se passa na Suécia e acompanha a história de Karin, adolescente de 15 anos que vive em uma família religiosa que a incube de ascender velas para a Virgem Maria em uma igreja da região. Tudo muda quando, no caminho para o local, a garota é abusada e assassinada por pastores de cabras. A trama fica ainda mais intensa quando seus abusadores vão até a casa de seus pais, sem saber da conexão, em busca de abrigo.

O casal chega a receber a dupla de pastores e oferecer-lhes trabalho, mas passam a suspeitar de tudo quando um deles tenta vender uma peça da roupa de Karin para a mãe da personagem. Ao reconhecer a roupa da filha, ela conta para seu marido a verdade e, a partir de então, o único objetivo deles passa a ser se vingarem dos criminosos que receberam em casa.

Os espectadores de “A Última Casa” já devem ter percebido, nesse ponto, que ambas as obras compartilham a mesma premissa: uma garota deixa a casa com um objetivo e é brutalmente assediada por um grupo de criminosos no caminho. Enquanto fogem da cena do crime, os abusadores acabam parando na casa da vítima, o que dá início a uma história de punição e vingança.

A esse respeito, o único – e principal ponto – onde as histórias se divergem está no seu final: “A Fonte da Donzela” se aproxima do lado da fé e, apesar de se apresentar como uma história de destruição, apresenta um final conclusivo. Não se pode dizer o mesmo de “A Última Casa“, que apresenta um final aberto e angustiante para boa parte do público.

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