Um Pesadelo Americano: a chocante história real que inspirou a série da Netflix
"Um Pesadelo Americano" é a nova série documental de true crime da Netflix, e nesse texto a gente te conta a história real desse caso.
A série documental Um Pesadelo Americano chegou ao catálogo da Netflix no último dia 17 de janeiro e em menos de um dia, chegou à terceira posição na lista das mais assistidas, e o que tanto chamou a atenção do público foi a chocante história real vivida por Denise Huskins e Aaron Quinn, um jovem casal da Califórnia, acusados de tentar dar um golpe no mesmo estilo do filme Garota Exemplar.
A realidade por trás do caso, no entanto, era muito diferente do que a polícia acreditou inicialmente. Entenda melhor a história real por trás de Um Pesadelo Americano.
A série da Netflix
Dirigida por Felicity Morris, conhecida por seu trabalho no documentário O Golpista do Tinder, Um Pesadelo Americano percorre em três episódios o chocante caso de sequestro que virou manchete nos EUA há poucos anos.
O documentário examina de perto os detalhes perturbadores do sequestro de Denise Huskins, que foi, junto com o namorado, acusada de tentar fraudar seu rapto apenas para ganhar a atenção da mídia. A produção segue os desdobramentos do caso, incluindo as consequências jurídicas e o impacto que, não apenas o crime, como a opinião deturpada da polícia, teve na vida das vítimas.
A história real por trás de “Um Pesadelo Americano”
Denise Huskins e Aaron Quinn, os protagonistas da história real de Um Pesadelo Americano, enfrentaram uma provação que é incompreensível para a maioria das pessoas.
Em 2015, um invasor entrou em sua casa em Vallejo, Califórnia, prendeu o casal e os drogou, levando Denise para um local desconhecido. Quando Aaron conseguiu se libertar, chamou a polícia imediatamente. Contudo, ao invés de encontrar apoio, ele foi recebido com suspeitas e passou a ser o principal suspeito do desaparecimento de Denise.
Segundo Quinn, após a chegada da polícia, ao invés de buscar por pistas, os agentes passaram a acreditar, sem evidências, que Denise estava morta, e que ele era o culpado. Assim, eles o submeteram a um interrogatório de 18 horas.
Denise, acabou sendo solta pelo sequestrador perto da casa dos pais após 48 horas desaparecida. Assim, depois de descartarem o tal “assassinato” do qual haviam acusado Quinn, as autoridades passaram a trabalhar com a teoria de que poderia Denise e Aaron haviam forjado o sequestro da moça. Exatamente como no filme Garota Exemplar.
A crença sem provas da polícia, chegou ao ponto de o departamento policial fazer declarações públicas sobre a suposta “fraude” cometida pelo casal.
Os e-mails que provaram a incompetência da polícia
A teoria absurda da polícia só foi liquidada quando e-mails enviados ao San Francisco Chronicle, um jornal de TV local, pelo próprio sequestrador dava detalhes específicos sobre o sequestro, o arrombamento da casa do casal e a libertação de Denise. Nas mensagens ainda, o sequestrador exigia um pedido de desculpas por parte da polícia ao casal, que estava sendo acusado injustamente de forjar o crime.
As mensagens acabaram sendo o elo para confirmar a verdade por trás do sequestro, e o FBI validou que os e-mails foram realmente enviados pelo verdadeiro sequestrador.
A investigação finalmente levou a Matthew Muller, um homem com um histórico que incluía uma passagem pelo corpo de fuzileiros navais e formação acadêmica em Harvard. Dentro de seu esconderijo, foram encontradas gravações que revelavam não apenas a sua culpa, mas também os momentos torturantes de Denise durante o cativeiro, sendo agredida de diversas formas. Muller foi preso e, em 2017, sentenciado a 40 anos de prisão.
A reparação judicial exigida pelo casal
O frenesi da imprensa, alimentado pela postura inicial da polícia, levou Aaron e Denise a um processo judicial contra a cidade de Vallejo, que culminou em um acordo de 2,5 milhões de dólares e um pedido de desculpas privado.
Em 2021 a polícia de Vallejo emitiu um pedido de desculpas público pelo tratamento dado ao casal.
Após precisarem passar por um longo tempo de terapia para lidar com o trauma do caso, Huskins e Quinn felizmente, hoje tem sua família. Eles se casaram em 2018 e são pais de duas filhas. Atualmente eles atuam como fisioterapeutas e compartilharam a profundidade de sua experiência ao publicar um livro detalhando os eventos vivenciados.
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