Ela era a “Dona da Rocinha” e agora conta sua história em filme ALUCINANTE da Netflix
"Bandida: A Número Um" é o filme baseado em história real que chega nessa sexta-feira à Netflix. Conheça detalhes do filme.
Bandida: A Número Um chega nessa sexta-feira, 13 de setembro, à Netflix com uma narrativa surpreendente e baseada em uma história real.
O longa, inspirado no livro de mesmo nome de Raquel de Oliveira, conta a história de vida da escritora, marcada por violência, poder e, por fim, redenção.
Primeira mulher a liderar o tráfico na favela da Rocinha nos anos 1980, Raquel foi protagonista de um período sombrio da maior comunidade do Brasil.
“Bandida: A Número Um” é história nua e crua sobre a influência da violência
O filme “Bandida: A Número Um” não poupa o espectador de uma realidade dura.
O longa retrata a infância de Rebecca (alter ego de Raquel), que aos 9 anos, foi vendida pela avó a um bicheiro que exercia poder sobre a Rocinha antes da consolidação do tráfico de drogas na comunidade.
Literalmente sem outros exemplos a seguir e sendo constantemente explorada, Rebeca se torna membro do grupo traficante da favela. Nesse mundo, ela conhece Pará, um homem que vira seu mundo de cabeça pra baixo e com quem vive uma paixão intensa e sem limites.
A narrativa desenhada pelo diretor João Wainer não tenta romantizar o crime ou os personagens que o cercam. Pelo contrário, expõe com frieza o impacto da violência tanto no nível físico quanto psicológico.
Rebecca, assim como tantas meninas em favelas do Rio, é vítima de um sistema que a empurra para o crime como única forma de sobrevivência.
O filme mergulha nas complexidades de ser mulher em uma comunidade onde o poder está nas mãos de homens violentos e onde a sexualidade é frequentemente usada como moeda de troca.
A ambientação na Rocinha dos anos 1980, uma época em que o tráfico começava a se consolidar, ajuda a contextualizar o surgimento de figuras como Raquel. A Rocinha, que hoje é vista como um símbolo da luta entre crime e Estado, já era naquela época um campo de batalha, onde a violência permeava todos os aspectos da vida cotidiana.
A autobiografia de Raquel de Oliveira
A narrativa de Bandida: A Número Um é baseada no livro autobiográfico de Raquel de Oliveira, lançado em 2015 sob o título A Número Um. O livro é um relato cru e visceral sobre sua vida no comando do tráfico e sua transição para uma nova realidade após a morte de Naldo (Pará em sua história), seu parceiro e um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro na época.
A morte de Naldo, em um confronto com a polícia em 1988, foi um ponto de virada para Raquel.
Enfrentando a dependência química e a violência que permeava sua vida, ela encontrou na literatura uma forma de sobrevivência e transformação. “A literatura me salvou”, afirmou Raquel em diversas entrevistas, destacando o papel crucial da escrita em sua reabilitação pessoal.
Atualmente, Raquel continua vivendo na Rocinha, onde é respeitada por sua trajetória.
Ela tem planos de relançar sua autobiografia, que inspirou o filme, e de publicar uma nova obra que aborda outras nuances de sua vida e de sua comunidade.