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O Reformatório Nickel: Conheça a história real que inspirou o novo filme da Amazon, indicado ao Oscar

O indicado ao Oscar 2025, "O Reformatório Nickel", que está na Amazon Prime, é inspirado em uma chocante história real. Conheça.


A Amazon Prime Video traz uma das histórias mais impactantes do ano com O Reformatório Nickel, filme indicado ao Oscar (ao lado do brasileiro Ainda Estou Aqui) que é baseado em uma história real chocante e vergonhosa para os EUA.

Baseado no livro vencedor do Prêmio Pulitzer de Colson Whitehead, o longa dirigido por RaMell Ross expõe os horrores vividos por jovens negros em uma instituição de “reabilitação” nos Estados Unidos, marcada por décadas de violência e abusos.

Sobre o filme

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O Reformatório Nickel se passa nos tempos das leis de Jim Crow, período marcado pela segregação racial nos Estados Unidos.

A trama acompanha Elwood Curtis, um jovem negro injustamente acusado de roubo e enviado para a Nickel Academy, um reformatório fictício onde ele e outros internos sofrem uma rotina de abusos.

O filme expõe as atrocidades cometidas no reformatório e a luta desesperada de Elwood e seu amigo Turner para sobreviver ao sistema brutal. Embora seja uma narrativa ficcional, a história tem raízes muito reais – inspirada nos crimes cometidos no Arthur G. Dozier School for Boys, um reformatório que funcionou por mais de um século na Flórida.

Com atuações intensas e uma direção que não poupa o espectador da brutalidade dos eventos, O Reformatório Nickel tem sido elogiado por sua abordagem impactante e necessária sobre uma realidade que permaneceu oculta por anos.

A história real por trás de “O Reformatório Nickel”

O reformatório Nickel filme Amazon The Nickel Boys

Embora Nickel Academy seja uma criação ficcional, assim como seus protagonistas, a inspiração para o filme vem diretamente dos horrores praticados no Arthur G. Dozier School for Boys, também conhecido como Florida School for Boys.

Fundado em 1900, o reformatório operou por 111 anos, até ser fechado em 2011, após investigações revelarem os abusos sistemáticos cometidos contra os internos.

O Dozier School recebia jovens que haviam cometido pequenos delitos ou que simplesmente eram considerados “incorrigíveis”. Alguns internos eram apenas órfãos sem para onde ir. Além da segregação racial até 1967, a escola acumulou denúncias de espancamentos, torturas, abusos sexuais e até assassinatos ao longo das décadas.

Os relatos mais chocantes surgiram com um grupo de ex-internos chamado “White House Boys”, que denunciou os espancamentos brutais realizados no prédio conhecido como “The White House”, onde meninos de até 12 anos eram acorrentados e agredidos até perderem a consciência.

A investigação oficial sobre o Dozier School encontrou pelo menos 55 corpos enterrados em valas comuns, muitos deles nunca identificados. Algumas vítimas apresentavam sinais de trauma craniano e ferimentos de bala, sugerindo que assassinatos podem ter ocorrido dentro da instituição.

Apesar das inúmeras denúncias e dos restos mortais descobertos, nenhum funcionário do reformatório foi criminalmente responsabilizado.

A escola só foi fechada após uma auditoria federal em 2009, que apontou falhas estruturais e condições desumanas para os internos.

A história do Dozier School foi amplamente ignorada até que Colson Whitehead a trouxe à tona no livro vencedor do Pulitzer The Nickel Boys, dando voz às vítimas e tornando impossível esquecer os horrores que aconteceram dentro de suas paredes.

Agora, com O Reformatório Nickel, essa história chega a um novo público, reforçando a importância de lembrar o passado para que atrocidades como essa nunca mais se repitam.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.