Início » A bizarra história real que inspirou a série Dr. Death (2021)

A bizarra história real que inspirou a série Dr. Death (2021)

"Dr. Death" vai estrear sua segunda temporada em dezembro nos EUA e aqui está a história real da primeira temporada da série.


Prestes a estrear sua 2ª temporada na TV internacional, Dr. Death é uma série antológica baseada no podcast homônimo especializado na história real de médicos e profissionais de saúde com condutas criminosas.

A primeira temporada da série contou o caso assustador do neurocirurgião Christopher Duntsch, que entre 2011 e 2013 mutilou e matou quase 40 pacientes que ficaram sobre seus cuidados.

Apesar de dramatizar várias partes da história, a temporada fez um retrato fiel do caso real que você conhece melhor agora.

A história real por trás de “Dr. Death”

Dr Death história real

Em matéria publicada pela Time em 2021, descobrimos que Christopher Duntsch construiu uma fachada de profissional dedicado durante a maior parte de sua vida.

Após passar por uma cirurgia na época da faculdade, ele decidiu que se tornaria neurocirurgião, e assim, se dedicou há anos de pesquisa com células tronco e terapias regenerativas para o controle da dor.

Tudo isso dava ao médico uma imagem de profissional acima da média, porém, sua conduta já mostrava pistas sociopatas desde a época de estudos. Em 2008 ele foi denunciado anonimamente à Universidade do Tennesse por usar drogas como cocaína, antes de assumir seu turno no hospital.

Apesar disso, ele conseguiu se esquivar do teste de drogas ordenado pela instituição, ficando impune.

Anos mais tarde, após seus crimes já terem sido cometidos, uma pesquisa nos registros hospitalares de quando Duntsch era apenas um residente, revelaram que no período ele concluiu participação em menos de 100 operações, ainda que o comum para alguém na mesma posição fosse números próximos de 1000.

A carnificina imposta por Duntsch a seus pacientes

Em 2011, Duntsch foi contratado em um importante hospital de Dallas como médico cirurgião. Ali, seus erros grotescos e prejudiciais a pacientes, começaram.

Ao podcast que inspirou a série, o verdadeiro Randall Kirby, interpretado na tela por Christian Slater, relatou que em uma das cirurgias, o médico se recusou deliberadamente a usar o instrumento certo para um procedimento. O resultado foi que o paciente na mesa de cirurgia sofreu danos permanentes na coluna, convivendo com dores crônicas e precisando de bengala para se locomover.

Em outro caso, ele cortou uma veia importante da medula de uma paciente, e ela sangrou até a morte.

Outros casos horrendos na carreira de Dusntsch envolvem um corte na artéria vertebral de um paciente, que resultou em morte por derrame, e o provavelmente mais triste de todos: a operação de um amigo de infância do médico assassino.

O “amigo” de Duntsch tinha um problema na coluna, e durante a cirurgia teve sua artéria vertebral cortada. Ele acordou tetraplégico do procedimento.

Ao todo, o Dr. Morte operou em dois anos 37 pessoas, das quais 35 sofreram danos permanentes ou morte.

Registro caçado e condenação

O verdadeiro Christopher Duntsch

Os relatórios oficiais de denúncia contra o médico começaram a receber mais atenção em 2012, após o envolvimento de Kirby e o médico Robert Henderson (Alec Baldwin na série).

Henderson era chamado com frequência para consertar os erros de cirurgias de Duntsch, e passou a enviar todas as suas denúncias ao conselho médico, e se reuniram com um promotor em busca de caçar o registro e condenar criminalmente o médico.

Finalmente em 2013, após mais mutilações e mortes, a licença médica de Christopher Duntsch foi completamente revogada.

Em 2017, durante seu julgamento, após a apresentação de testemunhos e um e-mail enviado a uma ex-namorada em que o médico garantia que estava disposto a se tornar um “assassino a sangue frio”, ele foi condenado à prisão perpétua por seus crimes.

CONFIRA Também: David Contra os Bancos: A História Real do Novo Filme da Netflix

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.