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A história real por trás de “A Favorita”, novo sucesso na Netflix

"A Favorita" é o filme cult que, surpreendentemente, chegou ao top 10 da Netflix e aqui nós te contamos a história real por trás dele.


Quem diria que a Netflix conseguiria transformar a história da corte britânica do século XVIII em um sucesso de audiência? Pelo menos essa é a impressão que dá ao ver A Favorita conquistando um lugar de destaque na plataforma de streaming.

Com um elenco estelar encabeçado por Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, o filme tece uma narrativa que combina astúcia, comédia e drama dentro dos opulentos corredores do poder.

Encantando e chocando, A Favorita foi aclamada pela crítica e reconhecida pela Academia com 10 indicações ao Oscar, e saiu da cerimônia de 2019 com a estatuetas de Melhor Atriz para Olivia Colman, mas o que quem já assistiu ao filme quer saber mesmo é quão próximo o filme está de ser uma história real?

A história real por trás de “A Favorita”

a favorita história real

Situada no período inicial do século XVIII, A Favorita apresenta um retrato intrigante de uma Rainha Anne (Colman) debilitada e as mulheres que disputam sua atenção e favor. A ligação entre Abigail Masham (Stone)  e Sarah Churchill (Weisz) é um ponto central da trama do filme. Porém, diferentemente da tensão inicial sugerida no enredo, essas mulheres já eram próximas antes da história inicial do filme.

A verdade é que Abigail, prima de Sarah, trabalhava para a prima muito antes de se tornar copeira do palácio da rainha Anne. As duas mulheres cresceram juntas, e após as dificuldades financeiras da família de Abigail, Sarah empregou a prima em sua própria casa durante anos, antes mesmo de Anne se tornar rainha.

Sarah foi realmente uma figura muito influente para a rainha Anne

Sarah Churchill, particularmente, foi de fato uma figura de influência sobre a rainha.

Anne ascendeu ao trono sem uma grande educação política, assunto que Sarah não apenas compreendia muito bem, como tinha suas próprias preferências. Assim, ao longo dos anos, a amiga da rainha não só foi um apoio emocional, como alguém que fez de tudo para interferir nas preferências políticas da monarca.

Abigail demorou bem mais para cair nas graças da rainha

A ascensão de Abigail ocorreu de maneira mais gradual do que A Favorita sugere. A realidade é que a transformação de Abigail em uma figura influente foi um processo que se desenrolou ao longo de anos.

Estima-se que até a chegada de Abigail ao castelo e seu casamento com Samuel Masham, passaram-se pelo menos três anos. Foi só depois disso que a rivalidade entre as primas realmente começou, e que Abigail conseguiu um acesso maior à Anne.

Aliás, historicamente, apesar de rivais, Abigail não envenenou sua prima como a comédia mostra.

Afinal, as três mulheres mantinham um relacionamento sexual?

O ponto mais delicado de A Favorita, no entanto, é o debate sobre a natureza dos relacionamentos de Anne com Sarah e Abigail.

Enquanto o filme insinua de forma bombástica envolvimentos íntimos, a maioria dos historiadores concorda que tais alegações são improváveis e que, embora existissem cartas de natureza íntima entre Anne e Sarah, elas apenas usavam expressões de afeto típicas da época e não necessariamente indicam um romance.

Essas correspondências eram comuns e não servem como prova de que, ou as duas estavam envolvidas sexualmente, ou Anne tinha um amor romântico platônico pela amiga.

Ainda assim, segundo historiadores, após ser destituída de seu cargo por Anne, em 1711, Sarah ameaçou a monarca de que divulgaria os conteúdos das correspondências pessoais entre as duas, fato que nunca realmente aconteceu.

Aliás, outro ponto que sugere que realmente era improvável que houvesse qualquer coisas além de uma grande amizade (ou dependência emocional) entre a rainha e suas “amigas”, é que Anne era casada com o Príncipe George da Dinamarca, que, diferente do filme, estava vivo durante muitos dos eventos retratados no longa.

A Favorita, portanto, é um realmente inspirada em personagens e em uma história real, porém, usa muito da licença poética de seu diretor e roteiristas para criar um conto quase que puramente ficcional.

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Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.