Início » Filmes » A Virgem Vermelha – Conheça a história real que inspirou o chocante filme do Amazon Prime Video

A Virgem Vermelha – Conheça a história real que inspirou o chocante filme do Amazon Prime Video

O filme impactante "A Virgem Vermelha" é baseado em uma das histórias reais mais chocantes da Espanha. Conheça.


Entre os lançamentos mais comentados do Amazon Prime Video esse mês, está A Virgem Vermelha, filme baseado em uma história real chocante, que até hoje é comentada na Espanha e em rodas de debate sobre fanatismo.

Dirigido por Paula Ortiz e estrelado por Najwa Nimri e Alba Planas, o filme explora a vida da jovem prodígio Hildegart Rodríguez Carballeira, escritora espanhola, e sua mãe, uma mulher controladora e fanática. A seguir você conhece os detalhes da história real que inspirou o filme.

a virgem vermelha história real filme amazon prime video

Sinopse de “A Virgem Vermelha”

Na Madrid dos anos 1930, Hildegart Rodríguez é uma jovem prodígio criada para ser perfeita.

Sob o controle absoluto de sua mãe, Aurora, ela se torna um ícone precoce do feminismo e da revolução sexual, dominando múltiplos idiomas, escrevendo livros inovadores e liderando debates sobre os direitos das mulheres antes mesmo de atingir a maioridade.

Quando Hildegart decide seguir seu próprio caminho, buscando liberdade e independência, os sonhos obsessivos de sua mãe entram em colapso.

A história real por trás de “A Virgem Vermelha”

A base para os acontecimentos trágicos de A Virgem Vermelha, está na visão peculiar de Aurora Rodríguez Carballeira sobre a eugenia, uma ideologia que defendia o aperfeiçoamento da espécie humana por meio da seleção genética.

Aurora idealizou a filha como um modelo de perfeição: uma mulher emancipada, intelectual e capaz de transformar a sociedade.

Desde o início, a criação de Hildegart foi meticulosamente planejada. Aurora escolheu cuidadosamente o pai biológico, acreditando que ele nunca interferiria na educação da criança.

Com apenas três anos, Hildegart já sabia ler e escrever; aos oito, dominava seis idiomas. Mais tarde, formou-se em Direito aos 17 anos e continuou os estudos em Filosofia e Medicina, tornando-se uma das mentes mais brilhantes de sua geração.

Carreira e ativismo de Hildegart

A trajetória de Hildegart foi marcada por sua habilidade precoce em abordar temas considerados tabus na época, como educação sexual, direitos reprodutivos e emancipação feminina.

Entre os 15 e os 18 anos, ela publicou obras influentes, como A Rebeldia Sexual da Juventude e Sexo e Amor.

hildegart a virgem vermelha

Hildegart também militou no Partido Socialista Operário Espanhol e colaborou com figuras proeminentes da época. Entretanto, sua crescente independência gerou atritos com Aurora, que desaprovava qualquer desvio de seus planos.

A jovem foi expulsa do Partido Socialista em 1932, ingressando no Partido Republicano Federal, onde passou a trabalhar por reformas progressistas.

A tragédia causada pelo fanatismo

A dinâmica entre mãe e filha era complexa e, à medida que Hildegart amadurecia, os conflitos se tornaram inevitáveis.

Aurora, que via a filha como um “projeto” e não como uma pessoa independente, começou a perceber sinais de afastamento. Hildegart desejava viver sua própria vida, o que incluía planos de emancipação e até relacionamentos amorosos, como o que teve com Abel Vilella, um advogado que a influenciou a buscar mais liberdade.

Em junho de 1933, temendo perder o controle sobre sua “criação”, Aurora tomou uma atitude drástica: assassinou Hildegart com quatro disparos enquanto a jovem dormia.

A justificativa de Aurora foi perturbadora: para ela, o crime era uma maneira de proteger o “projeto” de qualquer falha.

A morte de Hildegart causou enorme comoção na Espanha, expondo as tensões entre educação rígida, liberdade individual e fanatismo ideológico. O caso gerou debates sobre o papel das mulheres na sociedade e os perigos de controlar excessivamente os filhos.

Aurora foi condenada a 26 anos de prisão, mas passou o restante de sua vida em um sanatório psiquiátrico, onde morreu em 1955. Já Hildegart tornou-se um símbolo trágico da luta por autonomia feminina e um alerta sobre os limites da obsessão.

Com A Virgem Vermelha, o público conhece essa história marcante, que continua a provocar reflexões profundas mesmo quase um século após os acontecimentos.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.