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Avatar: Por que a mudança do Sokka é tão controversa?

Entenda o motivo de mudar desenvolvimento do Sokka em live-action de Avatar é algo tão controverso.


Ian Ousley como Sokka, e Amber Midthunder como Princesa Yue em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)
Ian Ousley como Sokka, e Amber Midthunder como Princesa Yue em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)

A tão esperada adaptação em live-action de Avatar: A Lenda de Aang tem alimentado debates acalorados entre a base dedicada de fãs da série original. Entre as questões mais discutidas está a modificação de Sokka, um dos personagens principais, conhecido por seu crescimento significativo ao longo da série animada.

Ian Ousley, que assumiu o papel de Sokka, entrou na conversa para defender as alterações feitas no personagem para a nova versão da história. Apesar das vozes insatisfeitas dos fãs que sentiram falta dos elementos de sexismo apresentados pelo personagem na animação original, Ousley reforça que a essência e os arcos de aprendizado de Sokka foram mantidos.

O série animada é realmente o coração e a alma da nossa série live-action. Não estávamos tentando tirar nada. Obviamente tiramos esse elemento, mas ele ainda tem essa atitude. Não é uma atitude sexista, mas se transformou em mais – no relacionamento de Sokka e Katara – uma situação de ‘eu sou o líder e você é o seguidor’

Coisas assim. Ele ainda é o Sokka que conhecemos e amamos do desenho animado. Eu nem acho que os fãs notariam algumas dessas coisas, honestamente, [quando] assistirem ao nosso show… Ele definitivamente ainda tem seus arcos e suas lições na série“, explicou o ator em uma entrevista para o GamesRadar+.

Por que a mudança no personagem é tão controversa?

Kiawentiio como Katara, e Ian Ousley como Sokka em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)
Kiawentiio como Katara, e Ian Ousley como Sokka em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)

As reações dos fãs às mudanças feitas nos personagens são, de certa forma, um termômetro da fidelidade de uma adaptação. Quando revelações sobre o sexismo atenuado de Sokka para a nova versão de Avatar: O Último Mestre do Ar vieram à tona, um segmento do público reagiu.

A controvérsia tem raízes na percepção de que o arco de progresso moral de Sokka, que inicialmente depreciava as mulheres e depois aprendia a igualar seu respeito após experiências com figuras femininas fortes como Suki e as Guerreiras Kyoshi, é fundamental para compreender sua evolução.

Este tipo de alteração não é inédita em adaptações. Exemplos podem ser observados em personagens como Sanji na versão live-action de One Piece, onde comportamentos sexistas ou mulherengos também foram suavizados.

No entanto, enquanto em outros casos, tais comportamentos são características menos integradas aos arcos de desenvolvimento dos personagens, a questão se torna mais delicada quando o crescimento do personagem é diretamente ligado à superação desses traços, como é o caso de Sokka.

A preocupação de alguns fãs reside na ideia de que, ao se omitir o sexismo inicial, parte da viagem pessoal e da maturidade conquistada por Sokka é perdida.

Cada decisão tomada em uma adaptação pode reverberar de diversas maneiras, seja no apego dos fãs ao material de origem ou na responsabilidade de se modernizar a narrativa para se encaixar no contexto atual de representatividade e sensibilidade social.

Formado em Administração e Psicologia, e também fez curso de desenho. Fã de games, desenhos animados, séries e filmes.