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Charity Adams – O que aconteceu com a líder do “Batalhão 6888”, filme da Netflix?

Charity Adams é a protagonista do novo filme da Netflix "Batalão 6888", mas quem foi ela e o que aconteceu após a missão da Segunda Guerra?


O filme recém-lançado da Netflix, Batalhão 6888 já é um dos mais assistidos dos últimos dias da plataforma, trazendo aos holofotes a história incrível de Charity Adams e suas companheiras de exército.

Mas quem foi essa mulher incrível na vida real, e o que aconteceu com ela após a missão cumprida na Segunda Guerra Mundial?

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Quem foi Charity Adams?

Charity Edna Adams nasceu em 1918, em Kittrell, na Carolina do Norte, em um período em que ser mulher e negra nos Estados Unidos significava enfrentar barreiras quase intransponíveis.

Desde cedo, no entanto, ela mostrou uma determinação fora do comum. Filha de um pastor e de uma professora, Charity cresceu em um ambiente que a incentivava a buscar educação. Esse estímulo a levou a estudar no Wilberforce University, uma das primeiras universidades historicamente negras dos EUA, onde se formou em 1938, em matemática, química e física.

Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, em 1941, surgiram iniciativas para integrar mulheres nas forças armadas, embora a segregação racial ainda fosse a regra.

Em 1942, Charity Adams tornou-se a primeira mulher negra comissionada no Corpo Auxiliar Feminino do Exército, uma conquista histórica em um ambiente permeado por racismo e sexismo.

O ápice de sua carreira militar veio em 1944, quando Adams foi designada para liderar o Batalhão 6888 (apelidado de “Six Triple Eight”), uma unidade única composta exclusivamente por mulheres negras.

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Charity Adams e membros do Batalhão 6888

Essa equipe tinha a missão crítica de organizar um gigantesco acúmulo de correspondências destinadas a soldados americanos estacionados na Europa.

Eram mais de 17 milhões de cartas e pacotes acumulados em galpões úmidos e frios. Mas a tarefa, considerada quase impossível, foi concluída em tempo recorde.

Sob o comando de Adams, o esquadrão implementou um sistema de turnos 24 horas por dia e organizou a correspondência em apenas três meses, algo que o Exército havia estimado que levaria pelo menos seis meses.

O que aconteceu com Adams após o sucesso da missão da Segunda Guerra Mundial?

Após o fim da guerra, em 1946, Charity Adams deixou o Exército com o posto de major – a mulher negra de mais alta patente do Exército dos EUA até então.

Embora tenha recebido propostas para continuar na carreira militar, ela optou por uma vida mais voltada ao serviço civil e à educação.

Adams casou-se com Stanley A. Earley Jr., advogado e médico, e se dedicou à criação de seus filhos enquanto continuava participando de iniciativas pró educação e direitos das mulheres negras e trabalhando em diversas organizações comunitárias e fundações.

Um dos pontos altos de sua vida pós-guerra foi a publicação de sua autobiografia, One Woman’s Army, onde compartilhou sua experiência como pioneira em um sistema profundamente segregado e relatou os desafios e vitórias de liderar o Esquadrão 6888.

Ela faleceu em 2002, aos 83 anos.

Legado e reconhecimentos

Charity Adams foi uma das figuras-chave na luta pela inclusão racial e de gênero nas forças armadas americanas.

Charity Adams

O trabalho de Adams abriu caminho para que outras mulheres negras assumissem posições de liderança e, ao longo dos anos, sua história passou a ser reconhecida como parte essencial da luta por direitos civis nos Estados Unidos.

O Batalhão 6888 foi oficialmente reconhecido pelo Congresso Americano apenas décadas depois, em 2022, quando recebeu a Medalha de Ouro do Congresso, a maior honraria civil do país.

Foi um momento simbólico que trouxe visibilidade tardia, mas necessária, ao trabalho de Adams e de todas as mulheres que integraram a unidade.

Além disso, ao longo de sua vida, Charity recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos por seus feitos, entre eles: o Service to the Community Award do Senado Estadual de Ohio em 1989, uma escola batizada em seu nome, ser uma das personalidades do Calendário de História Afro-Americana da BellSouth, em 1997, entre outras honrarias.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.