Embora ficcional, trama de ‘Coração Marcado’ tem alguns toques de história real. Entenda
Apesar de não ser baseada em uma história real, a trama de "Coração Marcado" se inspirou em alguns casos reais. Saiba mais sobre isso.
Coração Marcado atingiu o primeiro lugar no ranking mundial de séries de língua não-inglesa mais assistidas da Netflix nessa semana que passou, provando que a trama ficcional sobre tráfico de órgãos e um amor impossível realmente conquistou o público.
Acontece que, ainda que o enredo de Coração Marcado não seja baseada em uma história real, existem alguns aspectos explorados na produção que se assemelham muito a casos da vida real em relação à maneira como acontece o tráfico de órgãos e também aos transplantes.
Confira a seguir alguns pontos nos quais a série se inspirou.
Pesquisas sobre redes de tráficos de órgãos
Quando foi abordado para criar uma história original para uma nova série da Netflix, o roteirista Leonardo Padrón passou por volta de um mês amadurecendo a ideia de Coração Marcado.
Depois que já tinha a história formada, ele entregou um projeto de 10 páginas para a plataforma, que não demorou para aprová-lo.
A partir de então, o criador e seu time de roteiristas começou uma pesquisa intensa sobre como funcionavam as redes de tráfico de órgãos em todo o mundo, para garantir que a história exposta na série se aproximasse o máximo possível da vida real.
Para isso, durante um bom tempo eles conversaram com autoridades, investigadores e médicos, para só então colocar no roteiro o difícil caso envolvendo os personagens Valeria, Símon e Camila.
Casos de “contágio de personalidade” após transplante de órgãos
Como você já deve saber, a trama de Coração Marcado gira em torno de um caso chocante de tráfico de órgão, quando a esposa de Simón é sequestrada e morta para que seu coração seja usado no transplante para salvar a vida da esposa de um homem rico.
Quando descobre do caso terrível do qual foi vítima, Simón decide ir atrás dos culpados pela morte da esposa, no entanto, acaba sendo pego por um acaso inesperado. Ele começa a desenvolver sentimentos por Camila, a mulher que recebeu o coração de sua esposa morta.
A moça, por outro lado, também começa a sentir uma atração inexplicável pelo marido da mulher que salvou sua vida, além de, frequentemente ter visões da falecida, colocando em pauta se o sentimento dos dois tem algum tipo de origem sobrenatural.
Pois bem, na vida real, por incrível que pareça, casos de pessoas que passam a se sentir diferentes e adotam hábitos diferentes após receberem transplantes de órgãos, realmente acontecem.
Esse conceito chamado de “Contágio de Personalidade” é estudado pelo cientista Bruce Hood no livro “Supersentido: Por que Acreditamos no Inacreditável, onde ele aborda teorias sobre porque alguns transplantados passam a adquirir traços de personalidade semelhantes a seus doares.
Segundo as pesquisas realizadas por Hood, uma em cada três pessoas que recebem um transplante de órgão alega ter herdado algum tipo de semelhança psicológica da pessoa que lhe doou o órgão.
Uma das teorias que o cientista coloca em seu livro como possível explicação para esses relatos tidos como “sobrenaturais” é a chamada memória celular. Essa teoria acredita que certos aspectos psicológicos dos indivíduos ficam armazenados em seus tecidos orgânicos, podendo ser passado para um novo receptor em caso de transplante.
Lars Jansen é outro cientista que acabou estudando a fundo essa teoria, e inclusive recebeu o prêmio Criostaminal em 2009 por sua pesquisa.
Dessa forma, pode-se dizer que, mesmo não sendo uma história real, Coração Marcado realizou bem sua pesquisa sobre esses aspectos de transferência de personalidade, ainda que tenha romantizado em grande parte essa ideia.
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