Entenda porque “Memórias de uma Gueixa” foi MASSACRADO pelas críticas do Japão e da China
Apesar do sucesso no mundo ocidental, "Memórias de uma Gueixa" foi bastante criticado pelos públicos orientais; entenda os motivos!
Desde que chegou ao catálogo da plataforma de streaming Netflix, o premiado filme “Memórias de uma Gueixa” tem estado em alta nas redes sociais. Lançado em 2005 nos cinemas do mundo todo, o longa seria dirigido por Steven Spielberg mas acabou tendo Rob Marshall (Chicago; Caminhos da Floresta) a frente do projeto, o que gerou as mais diversas impressões nos mercados internacionais.
Baseado no livro de mesmo nome, o filme dividiu as opiniões das críticas emitidas no mundo ocidental. A forma como a trama foi simplificada em sua adaptação foi uma das principais questões pontuadas pelos críticos, mas o requinte e a riqueza dos seus elementos técnicos também deram destaques positivos para o longa, que levou três estatuetas do Oscar para casa.
Já nos países do oriente, as repercussões não foram tão positivas. Tanto na China quanto no Japão, os representantes das comunidades locais passaram a questionar diversas decisões criativas da equipe de produção do filme, e nem mesmo seus cenários e figurinos criteriosamente acurados foram capazes de salvar o filme de suas polêmicas. Entenda o que ocorreu:
“Memórias de uma Gueixa” vs. China e Japão
Inicialmente, a maior parte das críticas orientais sobre “Memórias de uma Gueixa” se deram pelas escolhas do elenco principal do filme. Isso porque o enredo se passa no Japão e retrata detalhes e costumes da cultura local, e ainda assim, a produção optou por escalar atrizes de outras etnias para interpretar suas personagens principais. É esse o caso das chinesas Zhang Ziyi (Sayuri) e Gong Li (Hatsumomo) e da malaia Michelle Yeoh (Mameha).
É claro que, na época, os produtores do filme e o próprio diretor Rob Marshall saíram em defesa das escalações. Entre os argumentos utilizados pelos representantes do projeto, destacam-se o fato de não ser um filme documental e a ideia de que atrizes devem ser capazes de atuar em papéis de outras etnias, já que são experientes em viver os mais diversos personagens. Ainda assim, isso não foi suficiente para salvar a reputação do filme no Japão.
Já na China, as repercussões negativas do filme foram ainda maiores. Segundo representantes das comunidades chinesas, o longa revive as atrocidades as quais a China foi submetida durante o período de Guerra, e provoca confusão ao utilizar um termo que confunde a palavra “gueixa” com “prostituta”. Isso chegou a fazer com que o governo chinês cancelasse a estreia do filme por lá.
Ao aprofundar-se nas temáticas expostas pelo filme, as autoridades chinesas reconheceram um trauma sofrido pela china durante a Guerra Sino-Japonesa, série de conflitos que se estendeu durante o período da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, mulheres chinesas eram forçadas a manter relações sexuais com homens japoneses, e a escolha dos cineastas em igualar gueixas e prostitutas acabou abrindo essa ferida histórica na população.
Alguns artistas chineses chegaram a criticar o cancelamento da estreia do filme por lá, alegando que essa decisão pode ser tida como censura e que as escolhas que envolvem a arte e a política devem seguir caminhos distintos. Ainda assim, para evitar conflitos entre as populações orientais, o embargo de não lançar o filme nos cinemas chineses foi mantido.
As críticas levantadas pelos especialistas e pelo público oriental sobre as decisões criativa de “Memórias de uma Gueixa” continuam repercutindo até hoje, e apesar do filme continuar batendo recordes e sendo um marco nos mercados ocidentais, as colocações propostas por essas comunidades continuam encontrando respaldo nas discussões sobre representatividade e realismo histórico em outros filmes e séries.
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