Estreia de “Wandinha” reacende debate sobre racismo de Tim Burton. Entenda!
A série "Wandinha" estreou na Netflix e reacendeu o debate sobre os comentários considerados racistas do diretor Tim Burton. Entenda!
Com a estreia de “Wandinha” na Netflix, o nome do diretor estadunidense Tim Burton voltou a ficar em alta no mundo do entretenimento. Ao imprimir seu estilo visual na série, o cineasta conseguiu criar um produto único, criativo e sombrio.
Seu envolvimento na produção, contudo, tem reacendido o debate sobre os comentários racistas feitos pelo diretor há alguns anos. Na maioria dos casos, em resposta a questionamentos sobre a falta de diversidade em suas obras.
Entenda as polêmicas envolvendo Tim Burton
A princípio, a maior parte das polêmicas que envolve o diretor dizem respeito a falta de diversidade nos elencos dos seus filmes. Não é preciso ir muito longe para descobrir que as produções do diretor não colocavam pessoas racializadas em posições de destaque – e a primeira vez que o fez, em “O Lar das Crianças Peculiares“, foi no papel de um vilão.
Em termos gerais, o diretor tem sido um ferrenho crítico ao que chama de “diversidade forçada”, pensamento que tem como fundamento se contrapor ao que é “politicamente correto”. Em uma entrevista de 2016, Burton revelou que cresceu assistindo longas sobre a “cultura negra“, e na época não questionava a ausência de pessoas brancas nos títulos:
Atualmente, as pessoas falam mais sobre isso. [Mas] as coisas pedem certas coisas, ou não. Lembro-me de quando era uma criança vendo A Família Sol-La-Si-Dó e eles começaram a ficar politicamente corretos. Tipo, ok, vamos ter uma criança asiática e uma negra. Eu ficava mais ofendido por isso do que… cresci vendo filmes sobre a cultura negra, correto? E eu falava ‘isso é ótimo’. Eu não ficava ‘ok, deviam ter mais pessoas brancas nesses filmes’.
Na época, esse tipo de comentário foi rechaçada por diversas entidades sociais que lutam por representatividade nos diversos tipos de mídia. Através dos anos, os filmes de Burton contam com uma estética que não engloba características de pessoas de cor. Por esse motivo, pessoas negras, asiáticas e indígenas que tentaram aderir a esse estilo “alternativo” sempre encontraram percalços no caminho.
Confira alguns comentários sobre as polêmicas:
que o tim burton é racista todo mundo sabe mas pqp ele já leva essa fama ainda coloca em wandinha os únicos atores pretos relevantes como valentões e corruptos e os brancos do elenco como pobre coitados?
— luqs (@lucaslyraa) November 24, 2022
tim burton n é racista
mas os únicos negros nos filmes/séries dele são vilões… its funny cause its funny— renan (@motivesza) November 24, 2022
tim burton ta se esforçando muito pra mostrar que nao é racista kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
— tuna icedancer (@azirapheIe) November 24, 2022
Vi um clipe de Wandinha e amei. Gostei muito dos novos atores que fazem a Mortícia e o Gomez e da latinidade como um fator cultural relevante no plot [apesar de achar que o Tim Burton tá fazendo isso pra se livrar da pecha de racista rs]
— YONEKURA, Yasmim (@yasmimdeschain) November 23, 2022
Tim Burton é racista lembre-se disso https://t.co/whZuuNEKJb
— natan ☈ (@scuderiaLH) November 24, 2022
o tim burton, além de racista, conseguiu fazer a família addams ficar ruim
— irriqui (@irriquii) November 24, 2022
A diversidade em “Wandinha”
Apesar das críticas serem levantadas por espectadores do mundo inteiro, a série “Wandinha” apresenta alguns poucos avanços em relação a diversidade de elenco. Isso porque, a princípio, a produção investiu bastante em pessoas de origens latinas – que são discriminadas no contexto norte-americano.
A série, portanto, apresenta-se como uma resposta às diversas críticas feitas ao trabalho de Burton. A Netflix também se beneficia dessa iniciativa, já que a plataforma tem sido atacada após cancelar diversas produções latinas que já estavam em andamento.
Ainda assim, é válido salientar o quão problemáticos foram os comentários de Burton no passado e sua preferência por pessoas brancas no elenco de suas obras. Nesse sentido, a discussão ultrapassa os limites do que é politicamente correto e reflete o preconceito e a forma discriminatória como a indústria do entretenimento trata e retratada pessoas de cor.
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