Conheça a história que inspirou “A Ira de Deus”, filme polêmico que divide opiniões na Netflix
De onde veio a inspiração para o filme "A Ira de Deus", que divide opiniões na Netflix? Confira tudo o que sabemos a esse respeito!
Desde que o filme argentino “A Ira de Deus” estreou no catálogo da Netflix, no último dia 15, o longa tem estado em alta na plataforma de streaming e nas discussões das redes sociais. Dirigido pelo premiado cineasta Sebastián Schindel (O Filho Protegido; Crimes de Família), o longa tem dividido as opiniões dos assinantes ao apresentar um enredo desconstruído que inverte as expectativas na maioria dos casos.
Após tantos questionamentos sobre a qualidade da obra e as mensagens que ela quer passar, é comum que os assinantes procurem por mais informações sobre a produção e qual foi o processo para que o filme chegasse a ser o que é. Nesse ponto, o roteiro é um dos tópicos que mais vem sendo discutidos entre o público. Sabendo disso, o Sobre Sagas selecionou algumas informações sobre a história que inspirou o longa “A Ira de Deus“. Confira:
Conheça a história por trás de “A Ira de Deus”
Como a trama central do filme é focada em crimes, muitos assinantes devem ter se questionado se “A Ira de Deus” é baseado em fatos reais – inclusive porque, recentemente, a plataforma de streaming tem investido bastante em produções de true crime. A resposta desse questionamento, contudo, leva os espectadores a um novo ponto: apesar de não se basear em fatos reais, o filme adapta a história de um livro que fez bastante sucesso na Argentina.
Escrito pelo renomado autor argentino Guillermo Martínez, o livro “La muerte lenta de Luciana B” (A Morte Lenta de Luciana B, em tradução livre) foi o material-base utilizado para a produção original da Netflix. Os direitos de adaptação da obra foram adquiridos pela companhia argentina Buffalo Films, que desenvolveu o projeto e o apresentou à plataforma de streaming, que fechou um contrato de distribuição.
Em termos gerais, a história do livro é bastante semelhante à do filme. A trama gira em torno de Luciana, que já trabalhou como digitadora para um escritor chamado Kloster. Quando algumas pessoas conhecidas começam a falecer, a personagem começa a criar teorias que todos esses acontecimentos são, na verdade, um plano de vingança executado por seu ex-chefe.
Um paralelo interessante é que o livro é integralmente apresentado através da ótica de um narrador – que também se apresenta como escritor – e tem contato com os dois personagens. Isso faz com que os leitores tenham acesso tanto aos argumentos utilizados por Luciana – que apresenta dezenas de pontos válidos sobre sua acusação – quanto aos utilizados por Kloster, que consegue se defender de forma eficaz.
Esse formato de estruturação do livro faz com que os leitores vivam em um constante conflito sobre quem realmente está contando a verdade enquanto refletem sobre outros temas secundários ao enredo. É bastante comum, contudo, que grandes histórias narradas em livros percam partes de sua essência ao serem adaptadas para filmes e séries de sucesso. E é exatamente nesse ponto que “A Ira de Deus” divide opiniões.
A adaptação do livro foi realmente bem feita?
Não é uma surpresa para ninguém que, ao adaptar a história de um livro – uma mídia escrita – para um filme, modificações são necessárias para que a história seja mais compacta e direta. A esse respeito, os roteiristas de “A Ira de Deus” contaram com a ajuda do escritor Guillermo Martínez, que passou para eles a ideia central da obra:
“Me interessava muito criar uma situação em que existisse uma espécie de equilíbrio moral entre duas possibilidades antagônicas, e que o leitor tivesse que decidir para qual lado inclinaria a balança, digamos, a culpabilidade. Existe um público para a Luciana e um para o Kloster.”
De acordo com o diretor Sebastián Schindel, é exatamente essa a essência do filme “A Ira de Deus“: fazer com que o público ficasse dividido entre a acusação e a presunção de inocência. “Essa questão é o principal motor dramático do filme. Quem tem razão? Essa acusação é correta, ou é fruto de uma pessoa que está desequilibrada?”, comentou o diretor em entrevista para a própria Netflix.
Ainda segundo o cineasta, algumas modificações foram essenciais para manter a narrativa mais “sintética“. A estratégia utilizada, nesse sentido, foi inverter a ordem das mortes que acontece no livro. No filme, [SPOILER] a primeira morte que acontece é a do irmão da personagem principal, enquanto no livro, quem morre é o seu namorado. Na obra de origem, é a sua avó quem falece posteriormente, enquanto o filme mostra a mãe da protagonista falecendo.
Essas mudanças contribuíram bastante para as polêmicas que envolveram o filme após seu lançamento, já que o roteiro não consegue justamente equilibrar a balança moral dos espectadores – ponto crucial para o desenvolvimento da história do livro, que divide os leitores até seu momento final.
Além disso, o livro consegue trabalhar de forma mais detalhada o suspense e as investigações do que tem ocorrido, enquanto o filme tenta mergulhar no ímpeto desses acontecimentos e acaba, por consequência, deixando os espectadores confusos sobre a correlação entre esses fatos – o que pode não estragar a experiência como um todo, mas deixa bastante a desejar no sentido narrativo.
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Qual é a sua opinião sobre o filme “A Ira de Deus“, da Netflix? Você sabia que o longa é baseado em um livro de sucesso? Compartilhe suas expectativas com a gente nas redes sociais, e para mais informações sobre o filme, fiquem sempre ligados aqui e nas páginas oficiais do Sobre Sagas!