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Acusado de apropriação cultural, James Cameron dá declaração polêmica sobre “Avatar 2”. Entenda!

Em uma entrevista recente, James Cameron deu declaração polêmica sobre as referências utilizadas em "Avatar: O Caminho da Água".


Desde que Avatar: O Caminho da Água” estreou nos cinemas do mundo todo, as polêmicas envolvendo apropriação cultural e o enredo do filme têm sido tema de debates nas redes sociais.

Após lideranças e entidades indígenas acusarem o longa de se apropriarem de elementos da cultura e luta indígena, um número considerável de pessoas tem defendido o boicote ao filme de James Cameron.

Avatar 2 e o Destino Manifesto

Avatar
Diretor comentou sobre relação entre o filme e o Destino Manifesto (Imagem: Divulgação/Disney).

Em entrevista para o Deadline, o diretor de Avatar: O Caminho da Água” foi questionado acerca da relação entre o filme e o Destino Manifesto. A princípio, o termo se refere a ideologia expansionista que marcou a história dos EUA. Nesse sentido, os apoiadores do manifesto pregavam que o país deveria se expandir para o Oeste, para além das Treze Colônias.

Na entrevista, Cameron revelou que uma das naves do Povo do Céu que ataca os N’avi no início do filme se chama, de fato, Destino Manifesto. De acordo com ele, esse ideal expansivo foi utilizado como alusão para o filme:

[Fizemos isso] por uma razão histórica bastante óbvia: a expansão. A expansão colonial dos Estados Unidos foi considerada um Destino Manifesto. A ideia é: nós merecemos isso, é nosso, podemos tomá-lo independente do fato de já haver pessoas morando lá. É o mesmo princípio.

Posteriormente, Cameron também relatou que Avatar: O Caminho da Água” gerou um impacto positivo nas comunidades indígenas ao redor do mundo. Segundo ele, milhares de lideranças se sentiram representados pelo filme:

A quantidade de emoção que gerou nas comunidades indígenas ao redor do mundo, e o número de líderes indígenas da América do Sul, as Primeiras Pessoas da nação do Canadá, Austrália, e em todos os lugares. Eles vieram até nós e disseram: ‘Uau, você está realmente falando sobre nossa luta‘. Eles literalmente falavam: “Você fez um filme sobre nós”.

Fala reaquece polêmica sobre o filme e apropriação cultural

Fala reaquece polêmicas sobre apropriação cultural do filme (Imagem: Divulgação/Disney).

A princípio, o principal contra-argumento utilizado pelos fãs de Avatar: O Caminho da Água” na defesa do filme justifica que os N’avi são uma raça alienígena – e por isso, não encontram referências na realidade de tribos indígenas. A fala de Cameron, contudo, pode entrar em conflito com esse princípio.

Especialistas em questões culturais apontam, inclusive, que a produção reforça dois estereótipos: o primeiro dele é de “índio ecológico”, cunhado pelo antropólogo Shepard Krech ao final dos anos 90. Aqui, o termo se refere à idealização que os povos europeus tinham em relação aos povos indígenas americanos.

A ideia de um “bom selvagem” encarregado de proteger a natureza por obrigação desconsidera a heterogeneidade das comunidades americanas e apresentam uma ideia romantizada do que é ser indígena. Nesse sentido, estudiosos apontam que essa versão idealizada dos indígenas sempre andou de mãos dadas com a noção europeia desenvolvimentista de que esses povos devem ser exterminados.

Outro estereótipo apontado por lideranças de movimentos sociais diz respeito ao próprio James Cameron. Segundo elas, o diretor passa por um processo de “branco salvador” ao produzir um filme baseado no salvamentos de comunidades “indígenas” sem contar com pessoas dessas comunidades na produção e elenco.

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Fonte: Deadline

Arquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.