Live-action de Kakegurui Bet da Netflix X versão japonesa: quais são as principais diferenças?
"Kakegurui Bet" chegou na Netflix com um novo live-action, mas considerando a versão japonesa, quais são as principais diferenças?
Desde que a Netflix lançou o live-action Kakegurui Bet, muitos fãs do anime e da adaptação japonesa original começaram a fazer comparações se perguntando sobre as diferenças entre as séries.
Baseada no mangá criado por Homura Kawamoto e Toru Naomura, Kakegurui já passou por várias versões: o mangá, o anime, dois filmes e uma série live-action produzida no Japão.
Mas afinal, o que muda entre a versão japonesa e a versão da Netflix? Vamos aos principais pontos.
A proposta: mesma base, abordagens bem diferentes

Ambas as versões seguem a mesma premissa central: uma escola de elite onde os alunos são organizados em uma rígida hierarquia baseada em apostas. E é nesse cenário que surge Yumeko, uma nova aluna com uma personalidade enigmática, movida não por dinheiro, mas pelo prazer do risco.
Na versão japonesa, lançada em 2018, a série aposta num tom exagerado, com atuações intensamente caricatas e uma estética que remete diretamente aos traços do anime e do mangá.
Já a versão da Netflix, lançada em 2025, adota uma abordagem mais ocidentalizada e “realista”, tentando humanizar mais os personagens e reduzir o tom teatral, ainda que mantendo o estilo excêntrico da obra original.
Estilo visual e direção
A versão japonesa é visualmente mais próxima de um dorama tradicional, com uso pesado de cores saturadas, câmera estática e transições exageradas que reforçam a estética do anime.
Já a Netflix modernizou a estética, investindo em cenas mais dinâmicas e fotografia cinematográfica.
O uso da câmera é mais fluido, e a montagem das cenas de jogo é mais complexa — com direito a slow motion, close-ups estilizados e som intensificado para aumentar a tensão.
A protagonista: Yumeko Jabami
A Yumeko da versão japonesa, interpretada por Minami Hamabe, é hipnotizante justamente por sua intensidade quase sobrenatural.
Os olhares exagerados, os sorrisos maníacos e os gritos repentinos ajudam a transmitir o lado mais caótico da personagem. Ela é praticamente uma força da natureza — imprevisível, teatral e perigosa.

Já na adaptação da Netflix, Miku Martineau entrega uma versão mais contida e emocional de Yumeko.
Segundo a própria atriz, a ideia era equilibrar o estilo do mangá com uma personagem mais humana e crível para um público global.
Aqui, Yumeko continua sendo ousada, mas também mostra vulnerabilidade e questionamentos morais que não são tão evidentes na versão japonesa.
Outros personagens e dinâmica da escola
No live-action japonês, os personagens secundários também são extremamente caricatos, com personalidades bem marcadas, quase como arquétipos.
A escola Hyakkaou parece uma espécie de arena de gladiadores onde tudo gira em torno da teatralidade das apostas.

Na versão Netflix, a escola St. Dominic tem uma pegada mais moderna, com um elenco diverso e mais nuances sociais.
A nova adaptação traz debates sobre status social, trauma, e relações de poder — temas que estavam presentes na obra original, mas que aqui ganham mais camadas e espaço narrativo.
Cenas de apostas: qual é mais intensa?
No quesito tensão, ambas entregam — mas com ritmos diferentes.
A versão japonesa é mais rápida e direta, focando no impacto imediato dos jogos. Já Kakegurui Bet aposta em jogos mais elaborados, com múltiplos diálogos, onde entender as regras é quase tão importante quanto vencer a aposta.
Vale assistir as duas?
Sim — e por motivos diferentes. A versão japonesa é um prato cheio para quem ama o exagero e a fidelidade estética ao mangá. Já a versão da Netflix, com Miku Martineau à frente, é mais voltada ao público que busca uma narrativa com mais drama psicológico e construção emocional.
As duas versões têm muito a oferecer — cada uma à sua maneira.