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Milla Blake’, de “Vinagre de Maça” também é baseada em uma pessoa real. Conheça sua história

'Mila Blake' é uma das personagens da série "Vinagre de Maçã", da Netflix, e também é baseada em uma pessoa real. Conheça essa história.


Enquanto a trama principal da série Vinagre de Maçã, da Netflix, gira em torno de Belle Gibson, uma influenciadora que fingiu ter câncer para construir um império, outro nome também chamou a atenção: Milla Blake, interpretada por Alycia Debnam-Carey.

A personagem, assim como a protagonista, também foi baseada em uma pessoa real: a blogueira Jessica Ainscough, conhecida como The Wellness Warrior, que conquistou milhares de seguidores ao documentar sua decisão de tratar um câncer sem recorrer à medicina convencional.

Milla Blake em “Vinagre de Maçã”

Milla Blake Vinagre de Maçã

Na série, Milla Blake é apresentada como uma editora de revista jovem, carismática e apaixonada por um estilo de vida saudável.

Tudo muda quando ela descobre que tem um tipo raro de sarcoma nos tecidos moles do braço. Os médicos recomendam uma amputação para impedir que o câncer se espalhe, mas ela rejeita o procedimento e decide seguir um caminho alternativo.

Milla adota um tratamento inspirado na fictícia Instituição Hirsch, que promete curar doenças por meio de uma dieta extrema, enemas de café e suplementação natural.

Na série, enquanto Milla realmente acredita que sua abordagem é eficaz, Belle Gibson usa a narrativa da “cura natural” para ganhar fama e dinheiro. Com o passar do tempo, as duas se tornam símbolos opostos de um mesmo movimento, criando um embate de ideias dentro da série.

A influenciadora real que inspirou a personagem

A trajetória de Milla Blake tem muitas semelhanças com a vida de Jessica Ainscough, uma australiana que ficou conhecida mundialmente como The Wellness Warrior.

jessica-ainscough inspiração de Milla Blake de Vinagre de Maçã

Em 2008, aos 22 anos, Jessica foi diagnosticada com sarcoma epitelióide, um tipo raro de câncer nos tecidos moles. Seus médicos recomendaram que ela fizesse a amputação do braço esquerdo para evitar que o câncer se espalhasse.

Inicialmente, Jessica aceitou passar por sessões de quimioterapia, mas o tratamento não teve o efeito esperado.

Diante da possibilidade de amputação, Jessica optou por buscar alternativas. Foi então que conheceu a Terapia Gerson, um método controverso e não comprovado cientificamente, que promete curar o câncer por meio de uma dieta vegetariana estrita, sucos naturais, enemas de café diários e suplementação de vitaminas.

Ela passou a seguir a Terapia e, por um tempo, sua condição parecia estável. O fato de continuar aparentemente saudável por alguns anos fez com que ela se tornasse uma das maiores porta-vozes desse método, defendendo a ideia de que seu corpo estava “se curando sozinho”.

A ascensão de “The Wellness Warrior”

Convencida de que seu estilo de vida alternativo era responsável por sua estabilidade, Jessica Ainscough começou a compartilhar sua jornada no blog The Wellness Warrior.

Seu conteúdo incluía relatos pessoais, dicas de alimentação e reflexões sobre como a mente e o corpo estariam conectados na “cura” de doenças.

Seu blog rapidamente ganhou popularidade e ela se tornou uma influenciadora de destaque na Austrália e no cenário global do bem-estar. Ela escreveu o livro Make Peace with Your Plate, lançou eventos de saúde e participou de entrevistas defendendo a Terapia Gerson como alternativa ao tratamento convencional para o câncer.

Muitas pessoas com câncer passaram a seguir suas recomendações, abandonando tratamentos médicos para tentar métodos naturais.

A tragédia: a piora da doença e a morte precoce

Por anos, Jessica manteve a narrativa de que estava estável e que sua abordagem alternativa estava funcionando. No entanto, em 2014, começou a dar sinais de que sua saúde estava se deteriorando.

Ela passou a aparecer menos nas redes sociais e, em seu blog, admitiu que não estava mais se sentindo bem.

Pouco depois, revelou que seu câncer havia se tornado mais agressivo. O sarcoma, que antes estava localizado apenas no braço, havia se espalhado para outros órgãos, e seu estado físico começou a piorar rapidamente.

Ela chegou à retornar para os tratamentos convencionais contra o câncer, mas já era tarde. Em fevereiro de 2015, aos 30 anos, Jessica Ainscough faleceu.

Sua morte gerou grande repercussão no mundo do bem-estar e levantou um intenso debate sobre os riscos de tratamentos alternativos sem respaldo científico.

A influência da mãe e a tragédia em família

Um dos aspectos mais trágicos da história de Jessica foi a morte de sua mãe, Sharyn Ainscough.

Em 2011, Sharyn foi diagnosticada com câncer de mama. Influenciada pela filha, ela decidiu seguir a Terapia Gerson em vez de fazer quimioterapia ou outros tratamentos convencionais.

Infelizmente, Sharyn faleceu em 2013, dois anos antes da filha, reforçando o fato de terapias sem respaldo científico serem inúteis e prejudiciais.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.