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Revelações final explicado: Quem estava por trás dos sequestros?

"Revelações" é um dos filmes mais assistidos nesse fim de semana na Netflix, mas se você perdeu algum detalhe do final, a gente esclarece.


O suspense coreano Revelações, que chegou recentemente à Netflix, vem deixando o público de cabelo em pé com sua narrativa sombria e reviravoltas imprevisíveis, especialmente no final.

Dirigido por Yeon Sang-ho, trama gira em torno de um sequestro, mas o que parece ser mais uma caçada por justiça logo se transforma numa espiral de obsessão, culpa e delírios.

Se você terminou Revelações sem saber muito bem o que pensar, a gente explica. Mas atenção: o texto a seguir tem spoilers!

Enredo do filme

Revelações final do filme netflix

Tudo começa quando Lee Yeon-hui, uma detetive marcada pela perda traumática da irmã, Yeon-ju, desconfia que o ex-condenado Kwon Yang-rae está envolvido no desaparecimento de uma nova jovem.

A tensão só aumenta com a entrada de Sung Min-chan, um pastor em crise pessoal, que enxerga no caso uma chance de redenção — ou de exercer uma “justiça divina”.

O trio se entrelaça num jogo de perseguição e paranoia.

Yeon-hui quer justiça e, talvez, vingança. Min-chan acredita estar recebendo sinais de Deus e se convence de que sua missão é eliminar o mal — representado, claro, por Yang-rae. Já o criminoso, apesar do histórico horrível, jura saber onde está A-yeong e usa isso como moeda de troca para escapar da morte.

Enquanto isso, o filme planta dúvidas sobre o que é alucinação e o que é real.

Min-chan vê imagens divinas em paredes, luzes e manchas. Yeon-hui enxerga o fantasma da irmã pedindo vingança. Yang-rae fala de um “monstro de um olho só” que devorou a menina desaparecida.

Mas será que existe mesmo algum monstro? Ou todos estão apenas lidando com seus próprios traumas da forma mais distorcida possível?

Final explicado de “Revelações”

A reta final de Revelações é um turbilhão. Min-chan, cada vez mais instável, leva Yang-rae até uma construção inacabada, onde planeja matá-lo — e ainda armar para que pareça que ele e Yeon-hui se mataram.

Segundo ele, seria a vontade de Deus. O problema? A jovem A-yeong pode ainda estar viva, e Yang-rae é o único que sabe onde ela está.

No confronto, Yeon-hui sobrevive ao ataque do pastor e tenta, inclusive, salvar Yang-rae quando ele cai de uma janela. Ele escapa por pouco, mas antes de morrer, sussurra: “O monstro de um olho só devorou a garota.”

O que parece mais uma divagação sem sentido acaba sendo a pista final. Yeon-hui descobre, com ajuda do psiquiatra que tratou Yang-rae, que o “monstro” é uma metáfora para a janela circular do quarto onde ele sofreu abusos na infância.

Cada vez que ele via esse tipo de arquitetura — uma janela ocular —, revivia o trauma e voltava a agir de forma violenta.

A detetive então conecta os pontos: casas com esse tipo de janela. Ao receber uma ligação do pai, que reforma uma casa com “um olho no teto”, ela corre até lá — e encontra A-yeong viva, amarrada no sótão, segundos antes de o imóvel ser demolido.

A jovem é salva, e Yeon-hui finalmente sente que, de alguma forma, conseguiu redimir-se da dor de não ter conseguido fazer o mesmo por sua irmã.

Enquanto isso, Min-chan é preso.

No início, ele continua convencido de que agiu conforme a vontade divina. Mas a visita de Yeon-hui, que revela que A-yeong sobreviveu, desmonta essa crença. Se a menina vive, então tudo o que ele fez foi em vão — ou pior: foi crime mesmo.

Num último momento simbólico, Min-chan vê uma mancha na parede da cela com a imagem de Cristo. Ele tenta limpá-la, mas chora.

Ali, o filme deixa em aberto se ele finalmente entende que estava delirando… ou se continua preso à própria ilusão de que era um escolhido.

Em Revelações, o verdadeiro monstro é construído com base em abusos, perdas, traumas e a incapacidade humana de lidar com a dor. E o mais assustador: às vezes, ele veste terno e segura uma Bíblia.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.