Saiba quais eram os filmes favoritos do Papa Francisco
Papa Francisco faleceu, mas muito além de um legado de generosidade religiosa, deixa uma lista de filmes favoritos cheios de lições.
No último dia 21 de abril, o mundo se despediu do Papa Francisco, quem além de sua atuação pastoral e política, também era reconhecido por seu apreço pelo cinema, tendo até mesmo uma lista de filmes favoritos.
Cinéfilo assumido, o pontífice já havia revelado, em diversas entrevistas, sua admiração por filmes que tocam em temas como justiça social, espiritualidade e a condição humana e, a seguir, nós te contamos quais eram os três preferidos do Papa. Spoiler: Conclave e Dois Papas não estão na lista!
A Estrada da Vida (1954)

La Strada, ou A Estrada da Vida, é uma das grandes joias do cinema italiano — e uma das paixões de Papa Francisco.
Dirigido por Federico Fellini, o filme venceu o primeiro Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e é considerado um dos pilares do neorrealismo.
A história segue Gelsomina (Giulietta Masina), uma jovem inocente que é vendida pela mãe a Zampanò (Anthony Quinn), um artista de rua bruto e agressivo. Viajando juntos, ela passa a participar do espetáculo como assistente e palhaça, enquanto lida com maus-tratos e solidão.
A chegada do gentil palhaço Il Matto (Richard Basehart) traz um sopro de esperança — e um triângulo emocional cheio de dor e descoberta.
Francisco dizia admirar a forma como o filme retrata a dureza da vida, o arrependimento e a possibilidade de redenção, mesmo quando tudo parece perdido.
Roma, Cidade Aberta (1945)

Poucos filmes marcaram tanto a história do cinema italiano quanto Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini.
Gravado em plena Roma devastada pela guerra, com recursos mínimos e um espírito de resistência, o longa é um marco do neorrealismo e um símbolo da luta contra o fascismo.
Na trama, acompanhamos o padre Don Pietro (Aldo Fabrizi) e personagens comuns que, no meio da ocupação nazista, arriscam tudo para proteger militantes da resistência.
Para Francisco, cujo pai fugiu da Itália para escapar do regime fascista, o filme representa a resistência moral e espiritual diante da opressão.
A Festa de Babette (1987)

Entre todos, esse é o filme que mais tocou o coração de Francisco. Em uma entrevista concedida em 2010 — antes mesmo de ser eleito papa — ele declarou que A Festa de Babette, do diretor dinamarquês Gabriel Axel, era seu filme favorito de todos os tempos.
A trama acompanha Babette (Stéphane Audran), uma refugiada francesa que se instala como cozinheira na casa de duas irmãs solteironas em uma comunidade protestante austera, na costa da Dinamarca.
Após ganhar uma fortuna na loteria, ela decide gastar tudo preparando um jantar sofisticado e inesquecível para os moradores locais — como forma de agradecimento.
Francisco enxergava no gesto de Babette uma parábola sobre generosidade, gratidão e entrega total.
Os filmes favoritos de Papa Francisco são reflexos de sua espiritualidade, de sua visão de mundo e da importância que dava às pequenas grandes histórias — aquelas que falam sobre pessoas comuns, sobre dor e compaixão, e sobre encontrar beleza até nos gestos mais simples.