“Todo Dia a Mesma Noite” divide opiniões do público: série é necessária ou desrespeitosa?
A série original "Todo Dia a Mesma Noite" choca o público ao retratar o que ocorreu em uma das maiores tragédias da história do Brasil.
Desde que chegou na Netflix, a série original “Todo Dia a Mesma Noite” tem sido tópico de debates nas redes sociais. Nesse sentido, o realismo e desconforto intencional causado pela série geram as mais diversas reações entre o público.
Recentemente, boa parte dessas discussões giram em torno das intenções e consequências da série – tanto para o público quanto para as pessoas que estiveram envolvidas no que ocorreu.
Por um lado, algumas pessoas alegam que a série é necessária por trazer luz ao que ocorreu – para que não se repita – e conscientizar a sociedade acerca da impunidade do que realmente ocorreu. Por outro, alguns acreditam que a produção pode desrespeitar as famílias e memória das vítimas.
Todo Dia a Mesma Noite: necessária ou desrespeitosa?
A princípio, para discutir a premissa e as consequências em torno da série, vale a pena destacar sua origem. Nesse sentido, “Todo Dia a Mesma Noite” se apresenta como a adaptação do livro de mesmo nome publicado por Daniela Arbex.
O livro de origem, portanto, se trata de uma obra jornalística onde se compila informações sobre tudo o que envolve o incêndio da Boate Kiss. Para escrevê-lo, a autora contou com o apoio e depoimentos das diversas partes envolvidas na tragédia – inclusive de familiares das vítimas.
Ao adaptar o livro em série, é verdade que a Netflix acrescenta ares de dramatização para gerar uma conexão mais efetiva com o público. Para além disso, contudo, “Todo Dia a Mesma Noite” segue uma função que, sem ela, não existe a arte: a capacidade de gerar reflexão.
Apesar de impactante, a produção original mantém em todos os episódios um nível elevado de respeito à memória dos envolvidos e até mesmo à ética do jornalismo. Por isso, a exposição dos fatos viabilizados pela série cumprem um papel social e político: o de conscientizar a sociedade para que isso não se repita.
A sobrevivente Kelen Ferreira, que teve 18% do seu corpo queimado na tragédia, falou sobre a necessidade de se falar sobre o o que ocorreu. De acordo com ela, as pessoas precisam se conscientizarem sobre os acontecimentos:
“Acho que a gente precisa falar sobre o que aconteceu. Sou uma das sobreviventes que ficou mais danificada fisicamente. Além das sequelas e das queimaduras, perdi um pé. Então, a história precisa ser contada para que as pessoas saibam da realidade, para entenderem tudo o que aconteceu”, relatou ela ao portal GZH.
Série da Netflix clama por justiça
Para além do papel reflexivo, “Todo Dia a Mesma Noite” joga luz a um fato muitas vezes ignorado pela mídia: até hoje, os responsáveis pela boate e pelos ocorridos não foram devidamente punidos.
A produção, então, denuncia a morosidade do sistema judiciário brasileiro e a luta das famílias para que a memória dos seus antepassados seja respeitada. Nesse sentido, o papel social da série é mais um ponto pela qual ela se faz tão necessária.
Tanto na criação do livro quanto da série, a produção fez uma curadoria sensível acerca do que é apresentado e omitido. Essa lupa crítica, portanto, permite que as obras apresentem os fatos de maneira responsável e verídica.
Verdade seja dita, é comum que produções baseadas em histórias reais se destaquem entre os sucessos da Netflix. Nesse sentido, “Todo Dia a Mesma Noite” se apresenta como uma série que não apenas presta tributo às vítimas da tragédia, mas propõe reflexões que enriquece o público quanto seres humanos e sociedade.
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