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Três Cristos: Conheça a história real que inspirou esse drama psicológico FANTÁSTICO disponível na Netflix!

"Três Cristos" é uma das novidades interessantes que chegou há pouco na Netflix. Conheça a história real que inspirou o filme.


Três Cristos é um drama psicológico com grande elenco que acabou de chegar à Netflix, e que vem despertando a curiosidade dos assinantes da plataforma.

Contando a história de três pacientes psiquiátricos que acreditam ser Jesus Cristo, no final dos anos 50 eles foram submetidos ao estudo de um psicólogo ousado que acreditava que poderia “libertá-los” de seus delírios.

Richard Gere, Peter Dinklage, Walton Goggins Brasley Whitford foram os atores encarregados de dar vida a esses personagens peculiares, que são baseados em pessoas reais que viveram um caso semelhante.

Três Cristos é dirigido por Jon Avnet e tem como base o livro Three Christs of Ypsilanti, escrito por Milton Rokeach, o psicólogo da vida real que inspirou o personagem de Gere, Dr. Alan Stone.

Se você já pode conferir o filme na Netflix e gostaria de saber um pouco mais sobre os fatos que o inspiraram, confira a seguir mais detalhes desse interessante caso real.

A história real por trás de Três Cristos

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Quando ingressou no Ypsilanti State Hospital em 1959, Milton Rokeach já era um conceituado e influente psicólogo.

Dessa forma, quando o profissional conheceu pacientes diagnosticados como esquizofrênicos paranoides que acreditavam ser Jesus Cristo, ele conseguiu colocar em prática um estudo de origem “pouco ortodoxa” onde tinha como objetivo tentar devolvê-los à lucidez.

A inspiração para o estudo de Rokeach

O estudo de Rokeach tinha como base fazer com que os três pacientes que acreditam ser Cristo, convivessem juntos todos os dias.

Assim, Rokeach esperava que por meio de confrontos constantes entre os pacientes sobre suas crenças, e a básica bíblica que afirma que existe apenas um Cristo verdadeiro, os três homens acabariam por aceitar seus delírios exatamente como isso, livrando suas mentes da doença.

O que acontece é que essa ideia empregada pelo psicólogo não era sem precedentes, e tinha uma base relativamente lógico para ser testada.

Rokeach se baseou em um caso de estudo publicado na Harper’s Magazine, que relatava duas mulheres que acreditavam ser Maria, a mãe de Cristo.

Ambas foram colocadas como colegas de quarto em um hospital psiquiátrico, e após um período sendo confrontadas com a questão lógica de que existia apenas uma Virgem Maria, uma das pacientes chegou a conclusão de que, se havia outra pessoa que se dizia ser a mãe de Deus, essa identidade não poderia lhe pertencer.

Inspirado nesse caso e em mais alguns relatos de Voltaire em Um Ensaio Sobre Crimes e Punições, o psicólogo decidiu iniciar seu próprio experimento.

Os três Cristos de Milton Koreach

Joseph Cassel, Clyde Benson Leon Gabor, homens entre 38 e 70 anos, se tornaram os objetos de estudo de Koreach.

Os três foram reunidos no Ypsilanti State Hospital, e tiveram suas rotinas organizadas de modo a serem quase obrigados a interagir uns com os outros. Dessa forma, além das constantes sessões com o psicólogo que faziam juntos, os homens também dormiam próximos uns dos outros, sentavam na mesma mesa no refeitório, entre outras atividades que eram conduzidos a fazer juntos.

Com isso, logo no primeiro encontro, quando se revelaram uns aos outros como a encarnação de Jesus Cristo, os confrontos entre eles começaram.

Assim, tornou-se frequente que os três entrassem em embates orais e por vezes físicos sobre o que acreditam ser suas reais identidades. Em resumo, exatamente o que Rokeach queria.

Os resultados disso, no entanto, não estavam chegando onde o psicólogo queria, por tanto, ele decidiu pressionar ainda mais o psicológico e emocional dos homens.

Os questionáveis contatos enganosas e manipuladores

Rokeach decidiu começar a enviar cartas aos pacientes com o remetente de pessoas reais e fantasiosas que de alguma forma, possuíam alguma influência sobre eles.

Assim, as cartas eram recebidas e respondidas por cada um dos Três Cristos, porém, quando o médico começou a usar os personagens irreais para questionar a identidade dos pacientes, esses, um a um, foram interrompendo o contato.

Sem mais o recurso das cartas, Rokeach decidiu ir ainda mais longe e contratou uma assistente que deveria flertar com Leon. Incitando o desejo de seu paciente, o doutor acreditava que o homem poderia ser liberto de sua ilusão. Mais uma vez, no entanto, o recurso se mostrou sem resultados, e serviu apenas para que Leon se fechasse ainda mais emocionalmente.

Os resultados do estudo dos Três Cristos

Após dois anos de experiências e estudos, Rokeach chegou à quase nenhum resultado concreto.

Em dado momento, os três pacientes pararam de se confrontar, e a convivência fez com que se tornassem amigos, já que ao invés de reconhecer o próprio delírio, eles passaram a acreditar que os outros dois eram os verdadeiros doentes mentais.

Assim, eles simplesmente anulavam ao máximo o assunto de suas “identidades messiânicas” uns dos outros, para evitar brigas.

No fim de tudo, o psicólogo acabou sendo acusado por alunos e outros profissionais que o seguiram durante seu estudo. Para várias pessoas, os métodos usados por ele foram antiéticos, e por vezes cruéis, já que causavam grande sofrimento psicológico aos pacientes.

Mais tarde, em 1984, na segunda edição lançada de seu livro, Rokeach admitiu que falhou em seu estudo e que se arrependia do modo pouco ético como interferiu na vida cotidiana daqueles homens.

“[…]embora eu tenha falhado em curar os três Cristos de suas ilusões, eles conseguiram curar a minha – da minha ilusão divina de que eu poderia mudá-los organizando e reorganizando onipotentemente e oniscientemente suas vidas diárias dentro da estrutura de um ‘total instituição’. […] Eu realmente não tinha o direito, mesmo em nome da ciência, de brincar de Deus e interferir dia e noite em suas vidas diárias”, escreveu o profissional no posfácio da edição.

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Esse drama psicológico sobre pessoas que acreditam ser Jesus Cristo é opção INCRÍVEL na Netflix.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.