“Angela”: relembre o caso real que inspirou o filme de sucesso da Amazon Prime
O filme "Angela" da Amazon Prime se embrenha na história do caso de crime real de Angela Diniz. Conheça a história que chocou o país.
Angela é o filme nacional mais assistido da Amazon Prime Video nesse momento e não é pra menos, afinal ele é baseado em um caso de crime real conhecido até hoje como um dos de maior repercussão em todo o país.
Protagonizado pela atriz Isis Valverde, o longa acompanha a história de Angela Diniz, socialite mineira assassinada em 1976 no litoral do Rio de Janeiro.
O longa é focado na relação entre Angela e Raul Fernando do Amaral (conhecido como Doca), que de uma história de amor, em pouco tempo se transformou em um casa de abuso.
Conheça o caso de Angela Diniz que chocou o país nos anos 70
O caso real de Angela Diniz é um dos mais marcantes do país e gerou uma série de opiniões contraditórias no público. Isso se dava principalmente pelo fato da socialite não ser exatamente “bela, recatada e do lar”.
Angela Diniz nasceu em Curvelo em Belo Horizonte, e aos 17 anos se casou com o engenheiro Milton Villas Boas (de 31 anos), com quem teve 3 filhos. O casamento durou menos de uma década, no entanto, e apesar de Angela ter direito a uma pensão e mansão, não ficou com a guarda dos filhos.
Durante anos após ter se desquitado do marido, ela foi envolvida em várias polêmicas, entre ela o assassinato do caseiro de sua casa, cometido por seu então amante Tuca Mendes; uma denúncia anônima que resultou em um mandado de prisão por guardar maconha em casa; e uma condenação de seis meses de prisão após seu ex-marido acusá-la de ter sequestrado a filha dos dois durante uma semana.
Após todos esses escândalos muito repercutidos pela mídia mineira na época, Angela decidiu se afastar de tudo e se mudar para Armação de Búzios, no Rio de Janeiro, com seu então namorado Doca.
A relação dos dois nunca foi fácil, no entanto, e após quatro meses morando juntos, era sabido que Angela sofria frequentes abusos e violência doméstica por parte do homem.
Em 30 de dezembro de 1976, uma violenta discussão entre o casal acabou com Doca assassinando Angela com três tiros no rosto e um na nuca.
O assassino fugiu logo após o crime, e levou semanas para ser preso. Nesse meio tempo, ele ganhou mídia da Rede Globo e da TV Manchete, dando entrevistas para os veículos, antes de ser preso.
O julgamento de Doca gerou protesto geral dos movimentos feministas brasileiros em 1979, já que, além de ser condenado a apenas 18 meses de prisão com a justificativa de ter assassinado Angela por “legítima defesa da honra”, o criminoso foi solto logo em seguida, sem ter cumprido a sentença.
O caso gerou diversos debates, e a culpabilização da vítima entrou em pauta pela primeira vez no país inteiro, com protestos nas ruas inclusive e um largo apelo por justiça.
A pressão sobre o judiciário por parte dos movimentos feministas foram tanto, que finalmente em 1981, um novo julgamento foi iniciado, encerrando com a condenação do assassino de Angela à 15 anos de prisão.
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