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De Rock Star a Assassino: O Caso Cantat – Conheça o novo documentário true crime da Netflix

"De Rock Star a Assassino: O Caso Cantat" é o mais novo documentário da Netflix que recapitula um dos crimes mais chocantes da Europa.


A Netflix acaba de lançar um novo documentário que reacende um caso que abalou a França (e a opinião pública europeia) no início dos anos 2000. De Rock Star a Assassino: O Caso Cantat narra a trajetória trágica do assassinato da atriz Marie Trintignant por Bertrand Cantat, ex-vocalista da banda Noir Désir, um dos crimes mais chocantes já ligados ao universo da fama.

Com apenas três episódios, a série documental oferece um retrato sombrio da violência doméstica e da maneira como a mídia, a justiça e a sociedade lidam com figuras públicas envolvidas em crimes brutais.

Sobre o que é o documentário

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Com o título original De rockstar à tueur : Le cas Cantat, o documentário mistura imagens de arquivo, gravações de tribunais, reportagens da época e depoimentos inéditos de jornalistas e pessoas próximas ao casal, para reconstruir — de forma crua e objetiva — os acontecimentos que culminaram na morte de Marie Trintignant, em 2003.

A proposta da minissérie é clara: não romantizar o crime, nem tratá-lo como um espetáculo de entretenimento.

O foco está em lembrar os fatos com fidelidade e destacar a gravidade do que ocorreu. Ainda que não contenha depoimentos do próprio Cantat, a série é rica em material de bastidores e mostra as consequências jurídicas, sociais e pessoais do caso.

A série faz uma retrospectiva do caso, mas sem perder a atualidade — especialmente num momento em que debates sobre violência contra mulheres, fama e impunidade continuam em alta.

A história real que chocou a França

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Em julho de 2003, a atriz francesa Marie Trintignant estava em Vilnius, na Lituânia, com sua mãe e seu então companheiro Bertrand Cantat, para gravar a minissérie Colette, une femme libre.

Durante uma discussão no quarto de hotel, Cantat reagiu com violência extrema após ler uma mensagem enviada a Marie por seu ex-marido. Ele a agrediu brutalmente, com mais de 19 golpes na cabeça e no rosto.

A atriz entrou em coma e morreu dias depois, já de volta à França, vítima de um edema cerebral.

Bertrand Cantat foi condenado por “homicídio com intenção indireta” e recebeu uma pena de oito anos de prisão. Cumpriu apenas quatro, sendo libertado em 2007, o que gerou enorme indignação pública, especialmente entre movimentos feministas e a família da vítima.

A história ganhou contornos ainda mais trágicos com o suicídio de Krisztina Rády, ex-esposa de Cantat, em 2010.

Ela havia relatado agressões psicológicas e físicas, mas não houve responsabilização legal contra o cantor. O novo caso levantou novas discussões sobre impunidade e a romantização da figura de Cantat pela imprensa francesa, que por vezes o tratou como um “Romeu trágico” ou um “artista atormentado”.

Marie Trintignant, por sua vez, era uma das atrizes mais respeitadas de sua geração, com mais de 30 filmes no currículo e várias indicações ao prêmio César. Filha do ator Jean-Louis Trintignant e da diretora Nadine Marquand, ela cresceu no cinema e atuou ao lado de grandes nomes do cinema francês.

Ao morrer, deixou quatro filhos — dois deles, hoje, também atores.

Sua morte marcou a França. Não só pela brutalidade do ato, mas pelo simbolismo: uma mulher famosa, bem-sucedida, mãe, morta por um homem admirado — e que recebeu da justiça uma pena obscenamente leve.

De Rock Star a Assassino: O Caso Cantat está disponível na Netflix, mas cuidado com gatilhos ao relembrar o crime.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.