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Cherry: Inocência Perdida: A história real que inspirou o filme de Tom Holland

"Cherry: Inocência Perdida" é um filme forte sobre um ex-médico do exército que se torna assaltante, e aqui você conhece a história real que o inspirou.


Cherry: Inocência Perdida tem sido um dos filmes mais assistidos nas últimas semanas na Apple TV, chamando a atenção tanto por ter Tom Holland no elenco, quanto por sua trama intensa.

Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo, o filme acompanha a vida de um jovem que, depois de servir como médico no exército, volta traumatizado e se vê preso em um ciclo de dependência de drogas e assaltos a banco. O mais chocante é que esse filme é inspirado em uma história real.

Cherry Inocência Perdida história real (1)

Traumas da guerra e o vício em drogas

Cherry (Tom Holland) é um estudante universitário comum, mas sua vida muda drasticamente quando, após terminar um relacionamento intenso, ele se alista no exército.

Durante seu serviço no Iraque, ele vive experiências traumáticas que o deixam com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

cherry inocência perdida

De volta aos Estados Unidos, Cherry se vê incapaz de lidar com seus traumas e começa a abusar de medicamentos como OxyContin, o que rapidamente evolui para o uso de heroína. A partir daí, para sustentar seu vício, ele começa a roubar bancos.

Essa trama é baseada na vida de Nico Walker, autor do livro que inspirou o filme.

Assim como Cherry, Walker serviu como médico de combate no Iraque e sofreu com o TEPT. Ao voltar para casa, ele também se afundou no vício em opiáceos, o que acabou levando-o a uma vida de crimes.

A história real por trás de “Cherry: Inocência Perdida”

Nascido em 1985, nos Estados Unidos, Nico Walker se alistou no exército aos 19 anos, abandonando a faculdade para servir como médico de combate no Iraque. Durante sua passagem pela guerra, ele participou de mais de 250 missões e testemunhou cenas de extrema violência e destruição.

Como resultado, ele retornou ao seu país psicologicamente acabado, sofrendo de TEPT, uma condição que não foi tratada de forma adequada após sua volta à vida civil.

Sem conseguir lidar com os traumas da guerra, Walker, assim como o personagem Cherry, encontrou consolo nas drogas. Ele começou a usar oxicodona, um poderoso analgésico opiáceo (conhecido por ter agravado a crise de drogas nos EUA), e rapidamente evoluiu para o uso de heroína.

Como sua dependência aumentou, Walker precisava de cada vez mais dinheiro para sustentar o vício, o que o levou a tomar uma decisão drástica: assaltar bancos.

Nico Walker (1)
O verdadeiro Nico Walker, que inspirou “Cherry”

Assim, entre dezembro de 2010 e abril de 2011, ele roubou dez bancos em Cleveland, Ohio, acumulando cerca de 40 mil dólares. Seus assaltos eram rápidos e diretos, e ele raramente usava violência, focando em conseguir o dinheiro e fugir o mais rápido possível.

Em abril de 2011 o ex-veterano foi preso, sem negar as acusações que sofreu. Julgado e condenado, ele recebeu uma pena de 11 anos de prisão.

Durante o tempo em que esteve preso, Walker foi encorajado por um editor independente e decidiu transformar sua experiência em um romance. Foi assim que nasceu “Cherry”, seu livro de estreia, no qual ele retrata sua própria trajetória de queda: de estudante promissor e soldado condecorado a viciado em drogas e criminoso.

Walker foi libertado da prisão em 2019, antes de completar sua sentença, e continua trabalhando em seu segundo livro. Segundo ele, parte do dinheiro das vendas de Cherry são usadas para pagar alguns dos bancos que ele roubou.

As diferenças entre o filme e a história real

Apesar de seguir de perto a história de Walker, “Cherry: Inocência Perdida” é mais uma semi-biografia do que uma biografia total. Ou seja, a história foi romanceada, o que significa que algumas passagens e situações são ficcionais.

O maior exemplo disso é Emily.

Cherry

No filme, Emily é o grande amor da vida de Cherry, e acaba servindo como motor para todas as decisões e mudanças que o personagem sofre. Ela o acompanha nos bons e maus momentos da jornada destrutiva de drogas, e fica claro que permanece com ele mesmo após a superação.

Na vida real, Walker não teve uma Emily.

Acredita-se que o autor pode ter se inspirado em algum de seus relacionamentos da época, mas sabe-se que uma Emily real não existiu.

Formada em Marketing e pós-graduada em Literatura, é uma apaixonada por romances "baratos", amante de filmes e séries de ficção científica e que decidiu que a terceira trilogia de Star Wars nunca existiu.